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Dois estudantes são mortos em protesto no Chile

Jovens teriam sido baleados pelo dono de um imóvel em Valparaiso, cujos muros eles estavam pichando


	Homem suspeito pela morte dos dois estudantes que participavam de protesto em Valparaiso, no Chile
 (REUTERS/Francisco Vicencio)

Homem suspeito pela morte dos dois estudantes que participavam de protesto em Valparaiso, no Chile (REUTERS/Francisco Vicencio)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 19h12.

Buenos Aires - Dois jovens morreram nesta quinta-feira (14) depois de participarem de um protesto que mobilizou milhares de estudantes e professores no Chile.

Eles teriam sido baleados pelo dono de um imóvel em Valparaiso, cujos muros eles estavam pichando.

O novo ministro do Interior e Segurança Pública, Jorge Burgos, que assumiu na segunda-feira passada, condenou o ato de violência e disse que o governo vai processar os responsáveis.

O protesto e o incidente, que resultou nas mortes de Exequiel Borvarán Salinas (18 anos) e Diego Guzmán Farías (25 anos), ocorrem no momento em que a presidente Michelle Bachelet tenta recuperar a popularidade, perdida por causa de sucessivos escândalos de corrupção.

Os casos envolvem empresários, políticos, seu filho e sua nora. Ela chegou a demitir o gabinete que formou ao assumir o segundo mandato presidencial, há 14 meses, para iniciar uma nova etapa com “novos rostos”.

Os chilenos (64% dos quais desaprovavam sua gestão, segundo a mais recente pesquisa de opinião, divulgada em abril passado), estão na expectativa do discurso que Bachelet fará no próximo dia 21 de maio, quando prestará contas perante o Congresso, do primeiro ano do segundo governo.

“A presidente fez muitas das reformas que prometeu na campanha, mas os estudantes e professores acham que fez pouco em relação à educação”, disse, em entrevista a Agência Brasil, o analista político e acadêmico da Universidade de Valparaiso, Guillermo Holzmann.

“Ela estabeleceu maiores controles sobre as escolas privadas, que recebem subsídios do governo, mas os estudantes e professores querem também universidades gratuitas e de qualidade para todos e estão saindo às ruas para instalar o tema na agenda presidencial”, explicou.

No Chile, mesmo as universidades públicas são pagas, e muitos jovens iniciam suas carreiras endividados.

Os protestos estudantis foram uma das maiores dores de cabeça do antecessor de Bachelet, o empresário Sebastian Pinera.

Segundo Holzmann, o maior desafio de Bachelet agora e recuperar a confiança dos chilenos, em um momento de desaquecimento da economia. Daí a decisão de reformar o gabinete e enviar ao Congresso um pacote com 40 medidas para combater a corrupção. 

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