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Dois empresários ligados a escândalo Trump-Ucrânia são presos nos EUA

Os empresários são suspeitos de terem feito doações para candidatos americanos, entre eles Trump, com dinheiro de caixa dois estrangeiro

. (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de outubro de 2019 às 16h07.

Washington/Nova York — Dois empresários estrangeiros que moram no Estado norte-americano da Flórida e vêm ajudando o advogado pessoal do presidente Donald Trump a investigar o rival político Joe Biden foram presos acusados de canalizar dinheiro do exterior a candidatos políticos dos Estados Unidos e a um comitê eleitoral pró-Trump, disseram autoridades nesta quinta-feira.

As prisões foram o desdobramento mais recente e dramático de uma saga política que ameaça o governo Trump, e ocorreram no momento em que a Câmara dos Deputados dos EUA realiza um inquérito de impeachment contra Trump que se concentra no pedido do presidente republicano para que o presidente da Ucrânia investigasse Biden, feito durante uma conversa telefônica de julho.

Os empresários Lev Parnas e Igor Fruman foram presos devido à sua conexão com um caso federal de Nova York que envolve leis de financiamento de campanha, informou a Procuradoria-Geral de Manhattan.

Os dois homens doaram a um comitê de arrecadação de fundos pró-Trump, e o advogado pessoal do presidente, Rudy Giuliani, disse que eles o ajudaram quando ele tentou investigar Biden, um dos principais pré-candidatos democratas para a eleição presidencial de 2020.

Parnas é um empresário ucraniano. Fruman é um investidor do setor imobiliário nascido em Belarus. Ambos, de acordo com várias reportagens da mídia, ajudaram a introduzir Giuliani na alta roda da política ucraniana.

Os dois planejavam voar para Viena na noite de quarta-feira, segundo uma fonte a par do assunto.

Parnas e Fruman conspiraram para "canalizar dinheiro estrangeiro para candidatos a cargos federais e estaduais", de acordo com autos de um tribunal federal de Nova York. Os dois fizeram contribuições ilegais usando laranjas, segundo o indiciamento.

John Dowd, advogado de Parnas e Fruman, não quis comentar as acusações. Giuliani não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Jay Sekulow, um advogado do presidente, disse à Reuters que "nem o presidente nem a campanha estava ciente do esquema deles", referindo-se aos acusados.

Trump negou qualquer irregularidade e descreveu o inquérito de impeachment como uma calúnia partidária.

Em maio de 2018, disse o indiciamento, Parnas e Fruman doaram 325 mil dólares a um comitê de ação política pró-Trump chamado America First Action. A doação foi relatada falsamente como vinda de uma suposta empresa de gás natural.

Os dois homens afirmaram falsamente que a GEP era "um empreendimento comercial verdadeiro" e que "seu principal objetivo é a comercialização de energia, não a atividade política", conforme o indiciamento.

 

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