O rei britânico Carlos III e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ( Joe Giddens / POOL/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 2 de março de 2025 às 17h03.
Dois dias após um bate-boca inédito na Casa Branca entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia foi recebido pelo Rei Charles em Sandringham — uma casa de campo da realeza britânica. O encontro do monarca com Zelensky ocorre em meio a tensões elevadas sobre disputas diplomáticas envolvendo a guerra da Ucrânia.
Charles já demonstrou apoio a Zelensky, afirmando que a Ucrânia sofreu uma "agressão indescritível" após o "ataque não provocado" ao seu território. Zelensky chegou ao Reino Unido no sábado para participar de uma cúpula de defesa com líderes europeus, organizada pelo primeiro-ministro Keir Starmer.
O presidente ucraniano declarou: "Estou muito feliz que Sua Majestade, o Rei, tenha aceitado se encontrar comigo." Os dois já haviam se reunido em fevereiro de 2023, quando Charles disse a Zelensky: "Todos estamos preocupados com você e pensando em seu país há muito tempo."
Segundo o jornal britânico The Sun, Zelensky foi recebido como herói em Downing Street, onde o primeiro-ministro prometeu apoio total do Reino Unido. Starmer declarou: "Você tem o apoio total de todo o Reino Unido, e estaremos ao lado da Ucrânia pelo tempo que for necessário." Zelensky agradeceu: "Com prazer, muito obrigado, estou feliz por estar aqui”.
Fontes do tablóide revelaram que a recepção real a Zelensky já estava sendo planejada antes do confronto entre ele e Trump em Washington, negando que a reunião tenha sido uma reação ao incidente. Ainda não se sabe quais temas os dois abordaram no encontro.
O Reino Unido e a França estão trabalhando com a Ucrânia “em um plano para o fim dos combates” no conflito do país com a Rússia, disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer à BBC neste domingo.
"Concordamos que o Reino Unido, juntamente com a França, e talvez um ou dois outros [países], trabalhará com a Ucrânia em um plano para o fim dos combates, e então discutiremos esse plano com os Estados Unidos", disse Keir Starmer à BBC em sua entrevista.
Cerca de 15 líderes, aliados da Ucrânia, estão se reunindo em Londres neste domingo para buscar acordos de segurança e demonstrar apoio ao país europeu após a altercação entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca.
Líderes da França, Alemanha, Dinamarca, Itália, Turquia, Holanda, Noruega, Polônia, Espanha, Finlândia, Suécia, República Tcheca e Romênia foram convidados para a reunião, uma iniciativa do primeiro-ministro britânico.
O chefe da Otan, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também foram convidados para a cúpula, que contará com a presença do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau
A Ucrânia e a Europa estão acompanhando com preocupação a aproximação entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que iniciou negociações bilaterais para acabar com a guerra sem convidar a Ucrânia ou os europeus.
De acordo com Downing Street, as conversações em Londres se concentrarão no “fortalecimento da posição da Ucrânia, incluindo o apoio militar contínuo e o aumento da pressão econômica sobre a Rússia”.
Os participantes também discutirão “a necessidade de a Europa desempenhar seu papel na defesa” e os “próximos passos no planejamento de fortes garantias de segurança” no continente, dado o risco de retirada do guarda-chuva militar e nuclear dos EUA.