Francesco Schettino, capitão do navio Costa Concordia, conversa com seus advogados durante julgamento em Grosseto, na Itália (Giampiero Sposito/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 19h09.
Giglio - O capitão do Costa Concordia, Francesco Schettino, voltou a bordo nesta quinta-feira pela primeira vez desde que o enorme navio de cruzeiro afundou pouco mais de dois anos atrás, matando 32 pessoas, para acompanhar os especialistas que investigam o naufrágio.
A danificada embarcação de 290 metros de comprimento, agora estabilizada após uma operação complexa de resgate no ano passado, está apoiada em plataformas submarinas nos arredores do porto de Giglio, a ilha na costa da Toscana onde o navio naufragou em 13 de janeiro de 2012.
Schettino, que enfrenta várias acusações, incluindo homicídio, provocar naufrágio e abandonar o navio, foi a bordo com uma equipe de peritos nomeados pelo tribunal, mas só esteve presente como réu e não teve nenhuma participação ativa na investigação.
No entanto, ele reagiu com irritação ao assédio de repórteres que o esperavam em terra quando voltou.
"Vocês estão realmente me perturbando", disse ele ao ser bombardeado de perguntas. "Eu dei a minha contribuição técnica como capitão, eu dei detalhes precisos que ajudarão a investigação final", disse ele, recusando-se, no entanto, a responder às perguntas.
Essa é a primeira vez que Schettino foi a bordo desde que o Costa Concordia, de 114.500 toneladas e que transportava 4.229 passageiros e tripulantes, bateu contra uma rocha ao executar uma manobra de exibição e saudação perto do porto.
Moradores de Giglio, uma pequena ilha que vive do turismo, estão impacientes para se livrar do navio, e a reação à visita de Schettino foi em grande parte "indiferente", disse o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli.
"Eu não sei por que ele quis vir aqui, talvez para ver as coisas", disse o morador Ariento Italo. "Eu simplesmente não sei o que ele vai fazer -- ele vai ver as coisas que ele já sabe e mesmo assim está tudo destruído".
Advogados de Schettino dizem que a investigação será capaz de verificar se o equipamento do navio estava funcionando corretamente ou se o mau funcionamento causou o incidente ou piorou as condições durante o esvaziamento caótico do navio durante a noite.