Eles foram acusados de ter provocado "uma catástrofe sanitária e ambiental permanente" e de ter violado as regras de segurança do trabalho (Giuseppe Cacace/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 10h47.
Turim - O tribunal de Turim (norte) condenou nesta segunda-feira a 16 anos de prisão os dois acusados no julgamento do amianto na Itália, o ex-proprietário do grupo suíço Eternit, Stephan Schmidheiny, e um administrador da filial italiana, o barão belga Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne.
O suíço Stephan Schmidheiny, de 65 anos, e o barão belga, de 90 anos, foram declarados responsáveis pela morte de cerca de 3.000 pessoas na Itália, ex-funcionários ou moradores de quatro localidades onde a Eternit Itália tinha suas fábricas de 1976 a 1986.
O processo, que começou em dezembro de 2009 em Turim (norte) e reuniu mais de 6 mil denunciantes, é também o primeiro com caráter penal: as vítimas do amianto, que, como na França, exigem a organização de um processo similar, esperam com isso abrir um precedente.
Schmidheiny e Cartier de Marchienne, condenados à revelia, são considerados pela promotoria após uma investigação de cinco anos como os responsáveis pela gestão de Eternit Itália, e foram acusados de ter provocado "uma catástrofe sanitária e ambiental permanente" e de ter violado as regras de segurança do trabalho.
O amianto, utilizado por décadas como um material milagroso, foi proibido em toda a União Europeia em 2005 quando entrou em vigor uma diretriz de 1999, e agora luta-se por uma proibição mundial com o objetivo de que o drama não continue nos países em desenvolvimento.