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Documentos revelam desvios de dinheiro do Orçamento

Parte dos recursos liberados a partir das emendas dos parlamentares foi desviado para a conta pessoal de dirigentes dos institutos fantasmas

Senador Gim Argello, denunciado pelo esquema de desvio de dinheiro via emendas para projetos encaminhados ao Ministério do Turismo (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Senador Gim Argello, denunciado pelo esquema de desvio de dinheiro via emendas para projetos encaminhados ao Ministério do Turismo (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2010 às 08h31.

São Paulo - Documentos bancários obtidos com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam o desvio do dinheiro público do Orçamento supostamente investido em shows e eventos culturais. A movimentação bancária integral da RC Assessoria e Marketing, empresa em nome de laranjas, mostra que parte do dinheiro liberado a partir das emendas dos parlamentares foi desviada para a conta pessoal de dirigentes dos institutos fantasmas.

O que sobrou foi sacado na boca do caixa em dinheiro vivo, uma estratégia que dificulta a fiscalização sobre o uso e o destino final do dinheiro. Os extratos bancários também mostram que cheques foram trocados em empresas de factoring - um caminho para a lavagem de dinheiro. Houve até a compra de pelo menos um carro com verba pública.

A RC Assessoria e Marketing é uma das campeãs de subcontratação pelos institutos “sem fins lucrativos” que fecham convênios com os Ministérios do Turismo e da Cultura sem licitação para receber dinheiro de emendas de deputados e senadores. A empresa foi criada em abril passado apenas para receber o dinheiro dos institutos, que servem para intermediar os convênios com o governo.

Desde então, R$ 3 milhões caíram na conta da empresa para, teoricamente, realizar eventos. Pelo histórico bancário de 18 páginas, R$ 1,7 milhão foi sacado em espécie tão logo o dinheiro foi parar na conta da RC. Há saques de R$ 450 mil, feitos em 48 horas, no fim de outubro. Outros R$ 550 mil foram sacados no período de 15 dias que antecedeu o primeiro turno eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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