Aloysio Nunes: afirmou que não deve haver ultimato sobre Venezuela em documento do Mercosul (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de julho de 2017 às 14h03.
Última atualização em 21 de julho de 2017 às 17h03.
Mendoza - O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou nesta sexta-feira, 21, que o documento que será assinado pelos presidentes dos países membros do Mercosul sobre a Venezuela ainda será debatido nas reuniões que ocorrerão nesta sexta e que a ideia não é fazer um ultimato ao país.
"Não há ultimato. É um apelo a que haja uma negociação séria mediante a suspensão das visões arbitrárias, do processo constituinte, afirmou o ministro pela manhã, na saída do hotel junto com a comitiva do presidente Michel Temer para participar da 50ª Reunião de Cúpula do Mercosul, que começará daqui a pouco.
O Mercosul iniciou a aplicação ao país do Protocolo de Ushuaia em abril passado, numa reunião de chanceleres ocorrida na Argentina logo após a Corte Suprema haver assumido os poderes da Assembleia Nacional. Naquele encontro, ficou acertado que seria dado o passo seguinte, que seria fazer consultas à Venezuela. No entanto, elas não foram realizadas.
O Brasil passa a ocupar nesta sexta-feira por seis meses a presidência do Mercosul e pretende agilizar os preparativos para aplicar a cláusula democrática contra a Venezuela diante do avanço da proposta de realização da assembleia constituinte, da dura repressão às manifestações da oposição e do crescimento do número de presos políticos.
A Venezuela está com seus direitos de sócia do Mercosul suspensos desde dezembro do ano passado, porque não adotou normas básicas do bloco, como a Tarifa Externa Comum (TEC) em suas importações, por exemplo. Nesse caso, a motivação foi principalmente econômica.