Ano Novo: as considerações geopolíticas não impedirão que multidões de pessoas, das ilhas Fiji ao Rio de Janeiro, saiam às ruas (Lucas Landau/Reuters)
AFP
Publicado em 31 de dezembro de 2018 às 10h13.
Última atualização em 31 de dezembro de 2018 às 10h13.
A maior cidade da Austrália, Sydney, será uma das primeiras a receber o ano de 2019 com sua espetacular queima de fogos, dando o pontapé inicial para as celebrações de milhares de milhões de pessoas por todo o mundo.
O ano de 2018 foi marcado pelo agravamento de diversas crises e o surgimento de novas, como a crescente preocupação com o populismo o clilma e o Brexit, mas os mais otimistas destacam a distensão alcançada na península da Coreia, que terminou 2017 sob a ameaça de um apocalipse nuclear.
De qualquer forma, estas considerações geopolíticas não impedirão que multidões de pessoas, das ilhas Fiji ao Rio de Janeiro, saiam às ruas para dar as boas-vindas ao Ano Novo.
Uma quantidade recorde de artefatos pirotécnicos iluminarão durante 12 minutos os céus de Sydney, um espetáculo que deverá ser assistido por um milhão e meio de espectadores.
"Estou certo que vamos nos deleitar com o espetáculo em nossa magnífica baía, iluminada como nunca antes", prometeu o prefeito de Sydney, Clover Moore.
Para comemorar o ano internacional das línguas indígenas, em 2019 a Baía de Sydney será cenário de cerimônias para celebrar as culturas aborígenes, com a projeção de animações nos pilares da Sydney Harbour Bridge.
As celebrações se sucederão com o passar das horas no resto do mundo, às vezes em um contexto de forte presença policial devido aos riscos de ataque.
Em Hong Kong, espera-se que 300 mil pessoas visitem o Victoria Harbour para assistir a 10 minutos de fogos de artifício lançados de cinco barcos.
Os japoneses irão aos templos para celebrar o novo ano, enquanto em Saitama, norte de Tóquio, o boxeador americano Floyd Mayweather e o jovem campeão japonês de kickboxing Tenshin Nasukawa se encontrarão em uma luta-show.
Os parques de Moscou receberão concertos e shows de luzes, e mais de mil pistas de gelo estarão abertas para celebrar o novo ano na capital russa.
No coração turístico de Paris, as comemorações ocorrerão sob fortes medidas de segurança, com um perímetro em torno dos Champs Elysees, com pontos de revista e de controle do transporte público.
Junto aos turistas, estarão os manifestantes chamados de "coletes amarelos", que prometem "um evento festivo e não violento".
Londres vai mudar o ano celebrando sua relação com a Europa em um momento em que os britânicos estão extremamente divididos sobre o Brexit. Os fogos de artifício lançados sobre a London Eye serão acompanhados por música de artistas europeus continentais.
No Brasil, além da esperada queima de fogos na Praia de Copacabana para dar as boas-vindas a 2019, o país também celebrará no primeiro dia do ano a cerimônia de posse de seu novo presidente, o popular e polêmico Jair Bolsonaro.
Os Estados insulanos de Kiribati, Samoa e Tonga, situados no Pacífico Sul, foram os primeiros do mundo a receber 2019 com festas, fogos de artifício e outras celebrações. Às 8h de 31 de dezembro em Brasília, o novo ano chegou para esses três países, que somados têm menos de 400 mil habitantes.
Em Samoa, fogos de artifício foram lançados da baía de Ápia, capital do país, onde havia ofertas de restaurantes e festas em navios para se despedir de 2018.
Já as celebrações em Tonga foram prejudicadas pelo mau tempo, devido a uma depressão tropical sobre o arquipélago que, segundo previu hoje o serviço meteorológico, se transformará em ciclone.
Entre as notícias que marcaram 2018 esteve a crise política no Reino Unido em torno de sua saída da União Europeia, que continuará a dar as manchetes até 29 de março de 2019, a data prevista do Brexit.
Em 2019, as manchetes também deverão ser dominadas pelo presidente americano Donald Trump e suas decisões capazes de mudar por completo os equilíbrios nas grandes questões geopolíticas.
Em 2018, Trump foi o grande protagonista de um dos maiores avanços diplomáticos, ao se transformar no primeiro presidente americano a se reunir com um líder norte-coreano, Kim Jong Un, que também promoveu uma reaproximação com seu vizinho do Sul, prometendo novos encontros diplomáticos para 2019.
A guerra no Iêmen, que deixou 10.000 mortos desde 2014 e 20 milhões à beira da fome extrema, poderá dar uma guinada crucial em 2019, depois do cessar-fogo que entrou em vigor agora em dezembro.
E os rostos do poder poderão mudar ao longo do ano, com eleições na Argentina, Austrália, Índia, Afeganistão e África do Sul.