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Dívida com o FMI é impagável nas condições atuais, diz Fernández

Presidente da Argentina afirmou que o país segue em negociações para quitar a dívida de mais de 40 bilhões de dólares com o FMI

Alberto Fernández: presidente da Argentina criticou antecessores pela dívida contraída com o FMI (Hector Vivas/Getty Images)

Alberto Fernández: presidente da Argentina criticou antecessores pela dívida contraída com o FMI (Hector Vivas/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de março de 2021 às 19h12.

Última atualização em 30 de março de 2021 às 10h31.

O presidente Alberto Fernández disse neste domingo que a dívida argentina com o FMI "é impagável" nas condições em que foi acordada, motivo pelo qual seu governo negocia uma mudança de termos.

"A dívida que herdamos, nos termos em que se encontra, é impagável, e estamos vendo como negociar com o Fundo para obter maiores vantagens. O ministro da Economia, Martín Guzmán, está trabalhando muito nisso e está fazendo muito bem", declarou o presidente em entrevista à rádio Del Plata.

Guzmán viajou na semana passada aos Estados Unidos para se reunir com autoridades do Fundo. Em comunicado após a visita, o órgão multilateral informou que houve "um entendimento comum sobre a necessidade de garantir a sustentabilidade macroeconômica e salvaguardar a recuperação pós-Covid em curso".

Fernández pontuou que a Argentina deve pagar ao FMI 3,5 bilhões de dólares este ano, 18 bilhões em 2022 e 19 bilhões em 2023. "Que possibilidade nós temos de pagar 18 bilhões no ano que vem? Nenhuma. Já nos custa muito pensar em pagar 3,5 bilhões este ano, mais 2,5 bilhões ao Clube de Paris" que vencem em 2021, lembrou o presidente.

A Argentina recebeu 44 bilhões de dólares do FMI como parte de um programa de 57 bilhões assinado em 2018, durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019). O país busca um novo acordo de crédito com o Fundo.

A economia argentina, que enfrenta o terceiro ano de recessão, teve contração de 9,9% em 2020, no contexto da pandemia. A inflação foi de 36,1%, menor que os 53,8% de 2019. Para 2021, o governo prevê um aumento de preços de 29%, mas o mercado estima uma inflação de 48,1% para este ano.

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