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Distúrbios em região muçulmana da China deixam 27 mortos

Ataques a delegacias e sede do governo da região vitimaram policiais, guardas e civis


	Xinjiang é regularmente abalada por distúrbios entre os han e os uigures: confrontos entre hans, etnia majoritária na China, e uigures, acusados de "terrorismo" e separatismo, são frequentes na região
 (AFP)

Xinjiang é regularmente abalada por distúrbios entre os han e os uigures: confrontos entre hans, etnia majoritária na China, e uigures, acusados de "terrorismo" e separatismo, são frequentes na região (AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 12h42.

Pequim - Pelo menos 27 pessoas morreram em distúrbios, nesta quarta-feira, entre a polícia e uma multidão da etnia uigur em Xinjiang, região do noroeste da China de maioria muçulmana, o que confirma a instabilidade crônica neste território, cada vez mais contrário a permanecer sob a tutela chinesa.

Segundo a agência oficial Xinhua, única fonte disponível até o momento, a confusão começou às 6H00 locais, quando "pessoas armadas com facas atacaram várias delegacias e a sede do governo da cidade de Lukqun, 250 km ao sudeste da capital regional Urumqi, perto de Turpan".

Os agressores mataram 17 pessoas - policiais, guardas e oito civis - durante os distúrbio. As outras 10 faleceram quando a polícia abriu fogo contra a multidão, informou uma fonte do comitê regional do Partido Comunista Chinês (PCC), que pediu anonimato, à agência oficial.

"Os insurgentes esfaquearam várias pessoas e incendiaram veículos policiais", completou a agência.

Três pessoas foram detidas e a polícia procura os que fugiram, segundo a Xinhua.

Procuradas a partir de Pequim, as autoridades locais se recusaram a fazer comentários ou não foram encontradas.

Nos últimos anos uma série de confrontos agitaram Xinjiang, uma imensa região onde os habitantes locais, os uigures, em sua maioria muçulmanos de língua turca, vivem cada vez em condições piores com o crescimento demográfico chinês e sua marginalização econômica, política e cultural.

Em abril, 21 pessoas morreram em confrontos armados entre "separatistas" uigures e policiais, segundo a versão oficial chinesa.


Um site local informou que os uigures envolvidos no incidente queriam impor o uso do véu integral às mulheres, um fenômeno que reflete a radicalização de um setor da população inédita em uma região conhecida por praticar um islã particularmente tolerante e distante da tradição wahabita procedente da Arábia Saudí.

A região de Xinjiang é cenário frequente de distúrbios em consequência da tensão entre hans, a etnia majoritária da China, e uigures, acusados por Pequim de "terrorismo" e separatismo.

Os confrontos mais violentos entre hans e uigures aconteceram em julho de 2009 em Urumqi e deixaram 200 mortos.

Os grupos uigures no exílio rebatem as acusações de terrorismo e afirmam que as desigualdades e a repressão religiosa são responsáveis pelos distúrbios.

"A incessante repressão e a provocação explicam os confrontos", afirmou nesta quarta-feira o porta-voz no exílio do Congresso Uigur Mundial, Dilxat Rexit.

No ano passado, Xinjiang, um território que tem menos de 2% da população chinesa, concentrou mais da metade dos julgamentos por "ataque à segurança do Estado", segundo a Fundação Duihua (Diálogo), com sede nos Estados Unidos.

A organização, especializada no aspecto jurídico dos direitos humanos na China, considera que existe uma "discriminação étnica" contra os uigures na China.

De acordo com números oficiais, Xinjiang tem 46% de uigures e 39% de hans, com o restante da população pertencente a outras minorias.

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