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Distrito Federal financia ONG da mulher do ex-governador

Entidade coordena uma série de ações para pessoas de baixa renda, jovens e portadores de deficiência

Weslian Roriz, candidata ao Palácio do Buriti: seu nome virou uma espécie de herança maldita (.)

Weslian Roriz, candidata ao Palácio do Buriti: seu nome virou uma espécie de herança maldita (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Brasília - Fundada pela ex-primeira-dama e agora candidata ao Palácio do Buriti, Weslian Roriz (PSC), a ONG Integra firmou em abril deste ano convênio de R$ 2,4 milhões com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do governo do Distrito Federal. O atual governador, Rogério Rosso (PMDB), declarou recentemente apoio à campanha de Weslian Roriz.

A entidade coordena uma série de ações para pessoas de baixa renda, jovens e portadores de deficiência - entre elas, o projeto de treinamento de cães-guia para deficientes visuais, uma das principais bandeiras de campanha da mulher de Joaquim Roriz, barrado pela Lei da Ficha limpa.

O convênio visa a atender 1.120 pessoas em "situação de vulnerabilidade social e risco pessoal". Apesar do dinheiro, a atual presidente do Integra, Lúcia Bittar, diz que a entidade passou a ser alvo de "retaliação política", depois que Roriz cumpriu o mandato de governador e Weslian se afastou do instituto, em 2006.

Weslian renunciou oficialmente à presidência da ONG em março deste ano, mas o seu nome virou uma espécie de "herança maldita" para o Integra. "O nosso papel é servir como braço social e ajudar o governo. A Weslian não misturava uma coisa com a outra, mas o (José Roberto) Arruda sim. Ele nos ignorou por questões políticas", diz Lúcia.

A ONG enfrenta dificuldades para abrir o hospital oftalmológico inaugurado em 2006. Quatro anos depois, o Centro Integrado de Saúde Ocular Weslian Roriz - o nome aparece na fachada e em uma placa na recepção - encontra-se abandonado. O espaço de dois andares reúne centros cirúrgicos, salas de exame e auditório. Erguido a um custo de R$ 2,5 milhões, o hospital precisaria de R$ 180 mil mensais para garantir a manutenção e o atendimento a mil pessoas.

"A briga política impede que as verbas saiam. O nome Roriz acabou pesando", afirma Lúcia. Procurada, a assessoria do governo do DF informou que não comenta as administrações anteriores. Algumas ações do Integra foram suspensas, como a distribuição de enxovais e de sopa - segundo Lúcia, tinham intenções sociais, e não políticas. Deputados distritais, inclusive da oposição, elaboraram emendas para o projeto do cão-guia, mas o dinheiro não saiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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