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Dissidente sírio tenta unificar oposição a Assad

Divisões entre islamistas e secularistas inviabilizaram tentativas anteriores de formar uma oposição unificada


	Damasco, capital da Síria: conflitos entre oposição e as forças do ditador Assad causam mortes e destruição há meses no país
 (REUTERS/Khaled al-Hariri)

Damasco, capital da Síria: conflitos entre oposição e as forças do ditador Assad causam mortes e destruição há meses no país (REUTERS/Khaled al-Hariri)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2012 às 10h08.

Amã - A fragmentada oposição síria vai tentar novamente neste fim de semana formar uma política comum para conquistar respeito internacional, obter armas e, mais importante, derrubar o presidente Bashar al-Assad, disse um dissidente que já esteve preso.</p>

"É necessário ter uma alternativa ao regime", disse o político liberal Riad Seif, que está em tratamento contra câncer e somente há alguns meses conseguiu deixar a Síria, depois de ter sido preso.

"Estamos conversando sobre um período temporário que começa com a formação de uma liderança política até que uma assembleia nacional que represente todos os sírios se reúna em Damasco, assim que Assad cair", disse Seif em entrevista à Reuters, em Amã.

Ele deu a declaração depois de ter conversado com pessoas da oposição antes do encontro de um amplo movimento oposicionista em Doha, no Catar, neste fim de semana, para formar uma frente unida que ajude a pôr fim à revolta de 19 meses contra Assad, durante a qual mais de 32 mil pessoas morreram. Muitas áreas do país estão em ruínas e o levante ameaça desencadear um conflito regional.

Divisões entre islamistas e secularistas, bem como entre os que estão dentro da Síria e os oposicionistas no exílio inviabilizaram tentativas anteriores de formar uma oposição unificada.

Na quarta-feira, os Estados Unidos pediram mudanças na liderança da oposição, dizendo que é hora de ir além do Conselho Nacional Sírio, o maior dos grupos no exterior, e incluir aqueles "nas linhas do fronte, combatendo e morrendo".

Ao indicar uma postura mais ativa do governo norte-americano na tentativa de formar uma oposição política de credibilidade, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que o encontro no Catar seria uma oportunidade de ampliar a coalizão contra o presidente sírio.

Ao contrário de esforços anteriores que fracassaram no objetivo de formar uma liderança unificada, Seif disse que a reunião em Doha será mais inclusiva, representando uma miríade de agrupamentos de ativistas e de religiosos, bem como mais integrantes da seita minoritária muçulmana alauíta, de Assad, e líderes políticos curdos.

Entre as pessoas com quem Seif se encontrou em Amã estavam o ex-primeiro-ministro sírio Riad Hijab, que desertou três meses atrás e partiu para a Jordânia. Ele tem desempenhado papel importante no novo esforço liderado por Seif.

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