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Dirigentes palestinos se mostram otimistas no Egito

Dirigentes se mostraram otimistas perante conversas com mediadores egípcios no Cairo, que negociam uma trégua em Gaza


	Fumaça em Gaza: lideranças reconheceram que é necessário muito esforço
 (Jack Guez/AFP)

Fumaça em Gaza: lideranças reconheceram que é necessário muito esforço (Jack Guez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 08h48.

Cairo - Os dirigentes palestinos se mostraram otimistas nesta segunda-feira perante as conversas com os mediadores egípcios no Cairo, embora tenham reconhecido que será necessário muitos esforços para negociar uma trégua em Gaza.

"O caso palestino não é nada fácil, as negociações são duras e se requer muito esforço", apontou Izzat al Rishq, membro do escritório político do movimento islamita palestino do Hamas.

Al Rishq, que qualificou as conversas realizadas ontem no Cairo como "positivas", assinalou que o Hamas destacou suas reivindicações de pôr fim à operação israelense em Gaza e nos assassinatos, assim como uma suspensão do bloqueio.

"Queremos que as autoridades egípcias transfiram as reivindicações do povo palestino ao inimigo israelense e os façam cumpri-las", disse Al Rishq.

Ontem, representantes dos principais grupos palestinos começaram a negociar no Cairo um cessar-fogo para a Faixa de Gaza dentro de um processo marcado pela mediação egípcia e pela ausência de uma delegação israelense.

As facções palestinas elaboraram um documento em conjunto com suas principais reivindicações em um primeiro encontro na capital egípcia, onde se encontram.

Posteriormente, em outra reunião realizada em um hotel junto aos serviços secretos egípcios, os mediadores receberam o documento com a intenção de repassá-lo às partes israelense e americana.

Por sua parte, o vice-líder do Hamas, Moussa Abu Marzuq, indicou aos jornalistas que as conversas de ontem foram "preliminares" e que as de hoje terão um peso maior, nas quais a delegação palestina se reunirá com o chefe dos serviços secretos do Egito, Mohammed al Tohami.

O vice-secretário-geral do movimento islamita Al Jihad, Ziad al Neyala, assinalou que o Egito não pôs nenhum obstáculo ao documento que contém as reivindicações palestinas e afirmou que vai seguir participando das reuniões previstas no Cairo.

"Nosso movimento é muito otimista sobre o ambiente das negociações no Cairo. Todas as perdas que sofreu o povo palestino supõem o custo de uma vida digna", destacou Al Nejala.

O Egito transferirá as reivindicações palestinas a Israel, país que segue sem enviar sua delegação e que se mostrou decidido a prosseguir sua ofensiva contra Gaza, onde morreram pelo menos 1.766 pessoas desde o dia 8 de julho.

Quem estará presente nas conversas por parte dos Estados Unidos é o subsecretário de Estado, William Burns.

A delegação palestina, formada na última quinta-feira pelo presidente Mahmoud Abbas, é integrada por 12 pessoas e representa diferentes facções, embora seja liderada pelo dirigente do Fatah Azam al Ahmed.

Ontem, Ahmed afirmou que todas as facções palestinas consideram que a solução para a atual crise reside na iniciativa do Egito, apresentada poucos dias antes do início da ofensiva e que, no início, contava com a rejeição do Hamas.

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