Logo da candidatura de Tóquio como cidade sede das Olimpíadas de 2020 (Yuya Shino/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 06h58.
Tóquio- O presidente do Comitê Olímpico Japonês (JOC, sigla em inglês), Tsunekazu Takeda, negou nesta terça-feira ter pago subornos para favorecer a candidatura de Tóquio para sediar os Jogos Olímpicos de 2020, depois da investigação aberta sobre o caso na França.
Takeda, que reuniu a imprensa na capital japonesa, voltou a negar as acusações apresentadas contra ele pela promotoria francesa por "corrupção ativa", devido à suposta compra de votos que em 2013 levou a candidatura de Tóquio a superar Madri e Istambul.
"Continuarei cooperando plenamente com as autoridades francesas e farei todos os esforços possíveis para poder provar minha inocência", disse Takeda, durante seu discurso.
O dirigente do JOC não admitiu perguntas dos jornalistas e também não deu mais detalhes do caso, pois está sob investigação, de acordo com explicações do comitê japonês.
Takeda, considerado um dos principais artífices da vitória de Tóquio, reiterou sua inocência após afirmar na última sexta-feira, em comunicado, que as transferências investigadas pela Justiça francesa foram legítimas.
A origem das suspeitas é o pagamento realizado pela candidatura de Tóquio para a empresa de consultoria com sede em Singapura, Black Tidings, no valor de 230 milhões de ienes (cerca de US$ 2,12 milhões) e realizada pouca antes da escolha da cidade japonesa como sede dos Jogos Olímpicos de 2020.
As autoridades francesas acreditam que esta transferência oficialmente destinada para a elaboração de dois relatórios, serviu para poder subornar membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) através da empresa de consultoria.
Takeda disse que este pagamento foi "uma remuneração adequada por um trabalho de consultoria", e afirmou que todos os documentos relacionados já foram alvo de investigação encomendada em 2016 pelo governo japonês e onde nenhuma irregularidade foi encontrada.
A Black Tidings está vinculada a Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, sigla em inglês), Lamine Diack, que renunciou em 2014 do seu cargo nesta organização internacional na sequência de um escândalo de suborno por doping na Rússia.
Os investigadores franceses suspeitam que o dinheiro japonês circulou através dessa empresa antes de chegar aos bolsos do filho de Diack, a fim de que ele aproveitasse seus contatos entre os comitês africanos para fazer campanha a favor de Tóquio.
Foi precisamente a investigação aberta em 2016 contra o ex-dirigente senegalês e seu filho, ambos acusados na França por suposta corrupção, que revelou esses pagamentos suspeitos e levou à Justiça francesa a também investigar o presidente do JOC.