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Dirigente espanhol afirma que renúncia de Blatter é farsa

A renúncia do presidente da FIFA é uma farsa e trará surpresas, segundo presidente da Liga de Futebol Profissional da Espanha


	Joseph Blatter: para presidente de liga, a saída de Blatter anunciada na terça-feira não foi um ato de valentia
 (Ruben Sprich/Reuters)

Joseph Blatter: para presidente de liga, a saída de Blatter anunciada na terça-feira não foi um ato de valentia (Ruben Sprich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 20h47.

La Paz - A renúncia do suíço Joseph Blatter à presidência da FIFA é uma farsa e trará surpresas, garantiu o presidente da Liga de Futebol Profissional da Espanha (RFEF), Javier Tebas, a um jornal boliviano.

"Tem muitas coisas que me chamam a atenção. A saída de Blatter é uma meia-demissão ou uma farsa, porque quando alguém quer sair, amanhã sai e não volta mais, mas Blatter só vai sair daqui a quatro meses", declarou o presidente da RFEF, em declarações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal Los Tiempos de Bolivia.

Tebas esteve na cidade de Cochabamba para uma conversa com dirigentes bolivianos e comentou a recente decisão de Blatter de deixar o cargo, em meio ao escândalo de corrupção que abalou a FIFA.

"Tem algo aí, algo vai acontecer nesses quatro meses que vai nos surpreender. Insisto, é uma renúncia falsa, quando alguém pede demissão, vai embora e o estatuo da FIFA define quem o substitui", completou.

Para Tevas, a saída de Blatter anunciada na terça-feira não foi um ato de valentia, como definiu o francês Michel Platini, presidente da Uefa, "porque é valente quem realiza uma ação em defesa de algo, mas Blatter nunca defendeu nada. Tinha que sair pela porta da frente, e não pela porta de trás".

Para Tevas, um dos problemas da atual estrutura do futebol mundial foi a sucessão do brasileiro João Havelange, presidente da FIFA de 1974 a 1998, a Blatter, que foi seu secretário-geral, o que parece que irá se repetir agora.

"Temos que ficar atentos para que não aconteça um pacto similar de continuísmo. Não é fácil, mas agora se respira um ar de transparência", explicou.

Sobre o perfil do novo presidente da FIFA, o dirigente espanhol opina que precisa ser alguém que não tenha vínculo com os cargos atuais da FIFA. "Se esteve dentre da FIFA e teve algum cargo, está metido na jogada. Se está metida na jogada, não pode liderar", concluiu.

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