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Dirigente da oposição é detido e levado à Justiça na Venezuela

A Polícia Nacional Bolivariana informou sobre a detenção de Graffe, que segundo esta fonte estava em posse de "artefatos pirotécnicos e explosivos"

Oposição: De acordo com o partido, a detenção"foi realizada sem que exista a comissão de um delito" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Oposição: De acordo com o partido, a detenção"foi realizada sem que exista a comissão de um delito" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de julho de 2017 às 18h51.

Caracas - O dirigente do partido opositor venezuelano Vontade Popular (VP) Carlos Graffe foi detido "arbitrariamente" por integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e será levado a um tribunal militar, informou à Agência Efe nesta sexta-feira o gabinete de imprensa do deputado Freddy Guevara.

"A equipe de defensores de Direitos Humanos do VP está se transferindo a Valencia (estado de Carabobo) para prestar apoio e pressionar para que a audiência seja realizada hoje", informou a chefe de imprensa do deputado, Jennifer López, que acrescentou: "a única coisa que está definida é que será em tribunais militares".

A Polícia Nacional Bolivariana (PNB) informou pelo Twitter sobre a detenção de Graffe, que segundo esta fonte estava em posse de "artefatos pirotécnicos e explosivos".

O VP, partido fundado pelo dirigente preso Leopoldo López, denuncia que a vinculação de Graffe com os explosivos é uma armação das autoridades e pede a organizações de direitos humanos que se somem à campanha para libertar o político detido.

De acordo com o partido, a detenção, que aconteceu na quinta-feira, "foi realizada sem que exista a comissão de um delito" nem "ordem de apreensão" nas imediações de um centro de saúde da cidade de Valencia, quando Graffe saía do local.

"Graffe foi operado de emergência recentemente e ainda se encontra convalescente de uma condição renal que se agravará se não for atendido a tempo", afirma um comunicado do VP.

Graffe iniciou a vida pública em 2007 no movimento estudantil e passou a denunciar "os abusos, atropelos e atrocidades da ditadura" na Venezuela, segundo o comunicado do VP.

A organização de defesa dos direitos humanos Foro Penal Venezuelano (FPV) denunciou a existência de mais de 400 presos políticos no país, entre eles Leopoldo López.

López foi transferido para casa no último sábado, após mais de três anos e quatro meses encarcerado na prisão militar de Ramo Verde, e segue cumprindo pena em regime de prisão domiciliar.

O opositor foi condenado em 2015 a uma pena de quase 14 anos de prisão ao ser declarado responsável pela morte de três pessoas em incidentes de violência que ocorreram ao término de uma manifestação contra o governo que López e outros líderes tinham convocado.

Segundo o FPV, mais de 300 civis foram levados à Justiça Militar venezuelana desde 1º de abril, quando começaram na Venezuela os protestos contra o governo, que já causaram 94 mortes.

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