OMS (Denis Balibouse/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de maio de 2020 às 15h52.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, evitou rebater hoje as recentes críticas dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, à entidade. Ao ser questionado sobre o risco delas derivarem em um boicote, deu uma curta resposta: "nós temos contato constante e estamos trabalhando juntos".
Há duas semanas, Trump anunciou o corte de verbas à OMS, acusando a entidade de não ser tão dura com a China, primeiro país a apresentar casos e mortes por covid-19. Desde então, a entidade é alvo constante dos ataques do presidente americano, que chamou a organização de "sinocentrista".
Já Bolsonaro reclama de críticas por ser contrário à entidade. "Estou sendo acusado de genocídio por ter defendido uma tese diferente da OMS. O pessoal fala tanto em seguir a OMS, né? O diretor presidente da OMS é médico? Não é médico", reclamou na semana passada.
Anteontem, o presidente brasileiro acusou a entidade, em uma postagem no Facebook, de incentivar "masturbação" e homossexualidade em crianças. Ele apagou posteriormente a mensagem.
As acusações feitas por Bolsonaro são, na verdade, distorções de um guia da OMS, com indicações para educadores, pais, responsáveis e governantes, mas não para as crianças. Intitulado "Normas para a educação em sexualidade na Europa: uma estrutura para formuladores de políticas, autoridades educacionais e de saúde e especialistas", o documento foi publicado em outubro de 2010.