Unicef: diretor-adjunto foi acusado por três funcionárias de enviar-lhes mensagens de texto inadequadas, comentar a roupa que usavam ou o que sentia por elas (Noel Celis/AFP)
EFE
Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 16h15.
Nova York - O diretor-executivo adjunto do Unicef, Justin Forsyth, renunciou nesta quinta-feira em meio a acusações de conduta inadequada demonstrada em relação a trabalhadoras da ONG Save The Children, onde foi executivo-chefe.
"Agradecemos ao Sr. Forsyth o seu trabalho nos dois últimos anos por defender as crianças mais vulneráveis e ajudar que o Unicef avançasse na sua missão de salvar as vidas dessas crianças", disse em comunicado a diretora-executiva da organização, Henrietta Fore, que aceitou sua renúncia.
Enquanto trabalhava para a Save the Children, Forsyth, que ocupou seu cargo no Unicef em 2016, foi acusado por três funcionárias de enviar-lhes mensagens de texto inadequadas, comentar a roupa que usavam ou o que sentia por elas, segundo informou a emissora "BBC".
O diretor, que foi investigado pela organização em cada ocasião e acreditava que o assunto estava "encerrado", garantiu que havia "se desculpado sem reservas" com as funcionárias e admitiu que tinha cometido "alguns erros pessoais" nessa época.
Forsyth publicou hoje um comunicado na sua conta do Twitter onde explicava que renunciava ao cargo para evitar "causar prejuízo" ao Unicef, à Save the Children e à sua "ampla causa" em prol das crianças e dos mais desfavorecidos, na qual lembrou ter trabalhado durante 30 anos.
"Quero deixar claro que não renuncio ao Unicef pelos erros que cometi na Save The Children. Foram tratados através de um processo adequado há muitos anos. Me desculpei sem reservas no momento e frente a frente. Me desculpo outra vez", destacou.
O diretor considerou que a cobertura do seu caso não tenta só fazer-lhe "prestar contas (com razão)", mas é uma "tentativa de causar prejuízo sério" à causa que defendem as organizações em que trabalhou e à ajuda que prestam.
De acordo com a "BBC", Forsyth enviou um "bombardeio" de mensagens às funcionárias e as fez sentir-se "profundamente incomodadas", e se não respondiam ele as convocava para uma "conversa privada" por e-mail.
A Save The Children divulgou nesta quarta-feira desculpas pelo comportamento do seu ex-executivo, que admitiu ter tido "conversas inadequadas e inconscientes", e anunciou uma revisão dos seus procedimentos perante esse tipo de incidente.