EUA e Cuba: desde 2015, diversos americanos em Cuba foram afetados pelos "ataques" (Chip Somodevilla/Getty Images)
AFP
Publicado em 3 de setembro de 2018 às 13h14.
Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 13h16.
Washington - Os problemas de saúde que atingiram diplomatas americanos em Cuba e China nos últimos dois anos podem ter sido causados por micro-ondas, indicou neste domingo o jornal "The New York Times", com base em depoimentos de especialistas e cientistas.
Desde o fim de 2016, 25 diplomatas americanos e seus parentes foram vítimas de "ataques" misteriosos em Cuba, que consistiam em sons agudos intensos, capazes de causar lesões cerebrais. Na China, ao menos um funcionário do governo americano apresentou os mesmos sintomas.
Os ataques foram descritos como acústicos, enquanto investigam-se a sua causa e seus possíveis mentores.
Os sintomas reportados incluem enjoo, dor de cabeça, zumbido, fadiga, problemas cognitivos, visuais e transtornos auditivos e do sono, segundo o Departamento de Estado americano.
Um estudo detalhado dos incidentes em Cuba publicado pela revista médica "Jama" em março menciona apenas uma "fonte desconhecida de energia", mas seu autor principal, Douglas Smith, da Universidade da Pensilvânia, indicou que se contempla que os ataques tenham sido realizados com micro-ondas.
Em janeiro passado, James Lin, da Universidade de Illinois, também considerou possível que os males sofridos pelos diplomatas tenham sido causados por micro-ondas.
Um relatório da Bio Electro Magnetics informou que os raios de alta intensidade poderiam ter se dirigido "apenas ao alvo desejado", a partir de um local oculto.
Considera-se que Estados Unidos, Rússia, China e vários países europeus possuam o conhecimento necessario para fabricar uma arma de micro-ondas capaz de enfraquecer ou até matar o alvo, segundo o jornal americano.
A arma, fonte do ataque, poderia se assemelhar a uma antena parabólica, e ser usada a curta distância ou a partir de centenas de metros, escondida em um veículo, embarcação ou helicóptero.