A embaixadora de Cuba no Canadá, Josefina Vidal, afirmou que Cuba espera que o presidente dos EUA reverta “pelo menos as medidas mais cruéis” impostas por seu antecessor (James Park/Bloomberg)
Bloomberg
Publicado em 11 de junho de 2021 às 15h26.
As políticas de Cuba de Donald Trump agora são as de Joe Biden e têm um grande impacto na nação caribenha, segundo a diplomata cubana que negociou a reaproximação com os Estados Unidos em 2015.
Quase cinco meses após o início do governo Biden, autoridades em Havana estão surpresas com a posição da Casa Branca, que até agora não teve mudanças, disse a embaixadora no Canadá, Josefina Vidal, em entrevista. Citando as promessas de campanha do presidente Biden, ela disse que Cuba espera que o líder dos EUA reverta “pelo menos as medidas mais cruéis” impostas por seu antecessor.
Trump fez forte pressão sobre o governo de Cuba, acusado de frustrar tentativas de derrubar o presidente Nicolás Maduro na Venezuela e de continuar a abusar dos direitos humanos no país. Sob Trump, os Estados Unidos proibiram navios de cruzeiro de fazerem escala na ilha, restringiu voos e remessas de americanos.
Trump também permitiu que ações judiciais fossem abertas devido à apropriação de propriedades durante a revolução de 1959 que levou Fidel Castro ao poder e - em suas últimas semanas no cargo - voltou a incluir Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo.
“Desde aquele momento, vimos que tudo piorou”, disse Vidal na segunda-feira em Ottawa. “Vimos bancos estrangeiros fechando as contas de muitas entidades cubanas. Vimos fornecedores estrangeiros internacionais suspendendo seus contratos com Cuba.”
O governo Biden está revisando as políticas de Trump em relação ao governo de Havana, mas sinalizou que alterar as relações com a ilha não é prioridade. A abordagem dura de Trump em relação a Cuba e à Venezuela o ajudou a ganhar maior apoio na comunidade latina do sul da Flórida, ajudando seus esforços para manter a liderança no estado e seus 29 votos no Colégio Eleitoral na eleição do ano passado.