Mundo

Diplomacia aumenta esforços para cessar-fogo; bombardeios seguem em Gaza

O confronto deixou pelo menos 239 mortos em 10 dias. Desta vez, a Alemanha tentar conseguir o cessar-fogo

Explosão destrói prédio no bairro residencial de Rimal, na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2021, durante o bombardeio israelense no enclave controlado pelo Hamas (BASHAR TALEB/AFP)

Explosão destrói prédio no bairro residencial de Rimal, na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2021, durante o bombardeio israelense no enclave controlado pelo Hamas (BASHAR TALEB/AFP)

A

AFP

Publicado em 20 de maio de 2021 às 07h25.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 11h14.

Os esforços diplomáticos devem ser intensificados nesta quinta-feira (20) para tentar acabar com a escalada bélica entre Israel e Hamas, grupo islamita que governa a Faixa de Gaza, depois de uma nova noite de bombardeios.

Após um pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a favor de uma "desescalada" imediata nos confrontos que deixaram pelo menos 239 mortos em 10 dias, em sua maioria palestinos, e do fracasso de uma resolução apresentada pela França na ONU, bloqueada por Washington, chegou a vez da Alemanha tentar conseguir o fim da violência.

O chefe da diplomacia alemã, Heiko Mass, está em Israel para negociações e expressou "solidariedade" ao país, ao mesmo tempo que pediu um cessar-fogo entre o Estado hebreu e o Hamas.

"Consideramos que o que Israel faz está contemplado no direito à autodefesa", declarou Maas durante uma entrevista coletiva ao lado do ministro israelense das Relações Exteriores, Gabi Ashkenazi.

"Israel faz uso agora desse direito e esse direito implica não permitir que as instalações de onde procedem os ataques contra alvos israelenses continuem funcionando", acrescentou em Tel Aviv, em referência aos ataques do exército do Estado hebreu desde 10 de maio no enclave palestino em resposta ao lançamento de foguetes.

"Deixe-me voltar a afirmar de maneira muito clara: para nós a segurança de Israel e com ela a segurança de todos os judeus na Alemanha não é negociável e Israel sempre pode contar com isso", afirmou.

Explosão destrói prédio no bairro residencial de Rimal, na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2021, durante o bombardeio israelense no enclave controlado pelo Hamas

Explosão destrói prédio no bairro residencial de Rimal, na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2021, durante o bombardeio israelense no enclave controlado pelo Hamas (SAID KHATIB/AFP)

Maas apontou, no entanto, que "o número de vítimas aumenta a cada dia e isso também nos preocupa muito. É por isso que apoiamos os esforços internacionais para instaurar um cessar-fogo".

O chefe da diplomacia alemã será recebido durante a noite pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, mas não terá conversas diretas com o Hamas, organização considerada "terrorista" pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

O Egito, país limítrofe com Israel e a Faixa de Gaza, também está envolvido em negociações intensas para tentar retomar a frágil trégua que estava em vigor há alguns anos entre Hamas e Israel, mas que foi interrompida na semana passada.

O ciclo de violência teve início em 10 de maio com o lançamento de foguetes do Hamas contra Israel em "solidariedade" com as centenas de manifestantes palestinos feridos em confrontos com a polícia na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. Os distúrbios foram motivados pela ameaça de expulsão de famílias palestinas a favor de colonos israelenses em um bairro palestino de Jerusalém Oriental, ocupado por Israel durante mais de 50 anos.

Israel "aproveitou" a situação, afirmou na quarta-feira uma fonte militar do país, para "reduzir as capacidades" militares do Hamas. Há 10 dias, o exército israelense bombardeia Gaza, um território de dois milhões de habitantes e submetido a um bloqueio israelense há quase 15 anos.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFaixa de GazaIsraelPalestina

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA