O resultado das eleições presidenciais no país mais pobre do mundo é visto com desconfiança (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 21h07.
Brasília - Na conversa de 15 minutos que a presidenta Dilma Rousseff manteve hoje (3) com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pelo telefone, Dilma manifestou a disposição do Brasil de continuar na liderança da Força de Paz no Haiti (Minustah), enquanto as Nações Unidas considerarem que esse papel é relevante.
Dilma também falou do seu otimismo em relação ao desfecho das eleições no país caribenho após a notícia da chegada nos próximos dias ao Haiti de uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) para analisar e dirimir dúvidas sobre o resultado das eleições.
O otimismo de Dilma em relação às eleições haitianas é motivado também pela rápida conversa que a presidenta teve com o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, que veio ao Brasil para a posse participar da posse. Bellerive admitiu para a presidenta que o governo haitiano aceitará qualquer decisão que a OEA venha dar sobre quais candidatos disputarão o segundo turno.
O resultado das eleições presidenciais no país mais pobre do mundo é visto com desconfiança pela comunidade internacional e pelos próprios haitianos que se rebelaram após a divulgação dos resultados. Milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra as supostas fraudes. Os haitianos votaram para escolher o presidente, 11 senadores e 99 deputados em meio a uma epidemia de cólera e há menos de um ano do terremoto que deixou mais de 250.000 mortos.
Observadores americanos afirmaram que o pleito estava repleto de irregularidades. Mesmo diante das denúncias de fraude por parte de vários candidatos e dos pedidos de anulação do pleito, o Conselho Eleitoral do Haiti validou as eleições.
O telefonema de Ban Ki-moon ocorreu hoje à tarde. Além de felicitar a presidenta pela sua posse, Ban Ki-moon também conversou com Dilma sobre a participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.