Dilma Rousseff posa para foto com populares durante visita aos pavilhões da Rio+20 no Parque dos Atletas (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 14h09.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira a conciliação do crescimento econômico com a inclusão social e a preservação do meio ambiente. Em discurso de inauguração do Pavilhão Brasil na conferência Rio+20, ela também aproveitou para destacar conquistas do Brasil nessa área.
"Nós não consideramos que o respeito ao meio ambiente só se dá em fases de expansão econômica, pelo contrário, nós consideramos que um posicionamento pró crescer, incluir, preservar e conservar é parte intrínseca de uma concepção de desenvolvimento", disse Dilma em discurso.
"O meio ambiente não é um adereço. O meio ambiente faz parte da visão de incluir, da visão de crescer, porque, em todas elas, nós queremos que esteja integrado o sentido de preservar e conservar." O Rio de Janeiro recebe a partir desta semana a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, chamada de Rio+20 por acontecer 20 anos após a realização da Eco92 na cidade.
O encontro não contará com a presença de líderes mundiais importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Ele também começa em meio a dúvidas sobre se produzirá um resultado efetivo, num momento de crise econômica internacional, que atinge principalmente países da Europa.
"O nosso compromisso é de redução da desigualdade de forma definitiva e perene e de justiça social, num momento importante para o mundo, em que nós vemos conquistas de países avançados na área da inclusão e do desenvolvimento social sofrerem um duro revés", disse Dilma.
Instalado em frente ao Riocentro, local onde será realizada a conferência na zona oeste da cidade, o Pavilhão Brasil foi colocado numa estrutura provisória, que não comportou todas as pessoas que queriam acompanhar o discurso da presidente.
Dilma aproveitou para reiterar suas críticas aos apertos fiscais que têm sido feitos pelos países mais afetados pela crise da dívida na zona do euro.
"É necessário que tenhamos a consciência que não tem desenvolvimento possível sempre na base de ajustes que só prejudicam pessoas, que só prejudicam a preservação do meio ambiente ou da biodiversidade", disse.
"Esse tipo de ajustes também não levam ao desenvolvimento econômico. Nós temos clareza que a questão da inclusão social, ou seja da distribuição de riqueza para as pessoas, é elemento crucial de qualquer política econômica em qualquer tempo." Em seu discurso, Dilma procurou destacar conquistas ambientais do Brasil, como a queda do desmatamento da Amazônia, que no período entre agosto de 2010 e julho de 2011 atingiu seu menor nível desde o início das medições pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em 1988.
A presidente buscou colocar o país como um exemplo a ser seguido e com um papel de liderança nas discussões sobre sustentabilidade.
"Aqui (no Pavilhão) apresentamos exemplos concretos de como o Brasil vem cumprindo seus compromissos, aliás, assumidos de forma voluntária", afirmou.
"Nós soubemos, com a participação de todos os brasileiros e de todas as brasileiras, fazer muito nesses anos. E porque temos um desenvolvimento e um modelo sustentável de crescimento, nós não achamos correto mudá-lo ao sabor das crises. Pelo contrário, queremos reforçar nossas opções."