A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante coletiva a imprensa sobre a morte do ex-vice-presidente José Alencar, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra (Roberto Stuckert Filho / PR)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2011 às 21h54.
Coimbra - A presidente Dilma Rousseff decidiu antecipar seu retorno de Portugal ao Brasil devido à morte do ex-vice-presidente José Alencar, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula de Silva, rompeu em lágrimas ao tomar conhecimento da notícia.
Dilma cancelará os encontros previstos para amanhã com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva, e o primeiro-ministro, José Sócrates.
Em uma entrevista em conjunto, Lula chorou pelo falecimento de seu ex-vice-presindente e antecipou que dedicará a ele o título de doutor honoris causa que receberá amanhã na Universidade de Coimbra.
"Era uma relação de irmãos e companheiros", declarou Lula, que por estar visivelmente emocionado, precisou interromper seu discurso em várias ocasiões.
"Ele foi mais que um vice-presidente. Eu, aos 65 anos de idade, conheço poucos seres humanos que tenham a alma de José Alencar, a bondade de José Alencar, a lealdade", lembrou.
Lula destacou a relação "fraternal" que criada durante os sete anos de trabalho com Alencar e ressaltou que "muitas das coisas" que o Brasil vive agora se devem ao legado do ex-vice-presidente, como a "lealdade e a capacidade de trabalho".
"Muita gente mais à esquerda do meu partido achava que não devia chamar José Alencar para vice-presidente, mas cada vez que falava e contava a vida dele, o mais esquerdista chorava, porque ele era um homem de bem", expressou.
Dilma, que trabalhou seis anos e meio com Alencar quando foi ministra de Energia e da Casa Civil, anunciou seu retorno ao Brasil após Lula receber o título em Coimbra, e comunicou o decreto de luto nacional.
"Ele vai deixar uma marca na vida de cada um de nós", resumiu a presidente, que antecipou que o corpo de Alencar será recebido com todas as honras no Palácio do Planalto.