Quadro de Salvador Dalí, The Persistance of Memory
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
Segundo divulgado hoje pela NASA, o cientista Richard Gross usou um modelo complexo para calcular como a rotação da Terra deve ter mudado como resultado dos tremores.
Ele e sua equipe do Jet Propulsion Laboratory (JPL) chegaram a um cálculo preliminar de que o terremoto deve ter encurtado o comprimento do dia terrestre em 1,26 microssegundos (cada microssegundo é igual a um milionésimo de segundo).
Mais impressionante do que isso é o quanto o tremor moveu o eixo da Terra. Gross calculou que o eixo geométrico da Terra teve variação de 8 centímetros. É importante ressaltar que o eixo geométrico é diferente do eixo magnético (eles são separados por cerca de 10 metros).
Isso acontece pois os grandes terremotos geralmente causam a mudança de posicionamento de centenas de quilômetros de rocha, mudando a distribuição de massa do planeta, o que afeta a rotação.
<hr> <p class="pagina">O movimento de rotação é justamente o "giro" que a Terra dá em torno do próprio eixo: se este foi afetado, o tempo dessa rotação também será.Cada dia representa uma volta que a Terra da em torno de si mesma. Com essa mudanças, o planeta passará a girar um pouco mais rápido, fazendo com que a duração de um dia seja menor.<br><br>Por comparação, Gross estima que o terremoto de 9,1 graus de Sumatra, em 2004, deve ter encurtado a duração do dia em 6,8 microssegundos e mudado o eixo da Terra em 7 centímetros.<br><br>Apesar de menor em magnitude do que o tremor de 2004, o evento no Chile possuía duas características que causam mais alterações no eixo. A primeira é o fato de ter ocorrido em latitudes médias da Terra, enquanto em Sumatra o terremoto ocorreu perto da linha do Equador. A segunda é o fato de a falha responsável pelo tremor chileno estar em ângulo mais íngreme do que a falha sumatra.<br><br>Mas esses números ainda podem mudar, uma vez que nem todos os dados do tremor chileno foram ainda consolidados.<br><br><em>Agradecimento: Amaury Augusto de Almeida, Prof. Associado, Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas do departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo. </em></p>