Mundo

Diante de ameaça chinesa, EUA discute pacote para impulsionar inovação

O Senado americano discute nesta quarta-feira, 14, o Endless Frontier Act, que propõe investimento de 110 bilhões de dólares para o setor de tecnologia

Senado dos Estados Unidos: a medida foi proposta conjuntamente por um senador democrata e outro republicano (Alex Wong/Getty Images)

Senado dos Estados Unidos: a medida foi proposta conjuntamente por um senador democrata e outro republicano (Alex Wong/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2021 às 06h01.

Última atualização em 14 de abril de 2021 às 07h03.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

O Senado dos Estados Unidos discute nesta quarta-feira, 14, uma medida que pode impulsionar as capacidades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento do país. Chamada de Endless Frontier Act, a iniciativa bipartidária propõe um investimento de 110 bilhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos para impulsionar o setor de tecnologia.

O texto foi apresentado conjuntamente pelo senador democrata Chuck Schumer e o republicano Todd Young em 2020. A união dos dois políticos de partidos diferentes sobre o mesmo tema tem um único objetivo: aumentar a capacidade tecnológica dos Estados Unidos diante de uma competição cada dia mais acirrada dos chineses.

A disputa entre americanos e chineses no setor de tecnologia ganhou holofotes durante o governo de Donald Trump, que tentou impedir que grandes companhias chinesas como Huawei e TikTok tivessem atuação nos Estados Unidos e nas redes de 5G de seus aliados no Ocidente.

Mas, mesmo com a chegada do presidente Joe Biden à Casa Branca, o tom em relação à China não mudou muito. Em reunião com líderes de tecnologia americanos na última segunda-feira, 12, o presidente disse que os Estados Unidos vão investir agressivamente no setor de semicondutores para novamente "liderar o mundo" no segmento.

Segundo a Associação da Indústria de Semicondutores dos Estados Unidos, a participação global do país na fabricação de chips caiu de 37% em 1990 para 12% hoje, queda que teria sido impulsionada pelos subsídios dados por outros governos aos concorrentes dos americanos. Para recuperar a indústria de semicondutores, Biden estuda investir cerca de 50 bilhões de dólares do seu plano econômico de 2,3 trilhões como parte do programa "Chips for America".

O “Endless Frontier Act”, então, é uma outra medida que vai na mesma linha do discurso do presidente. Segundo a senadora Maria Cantwell, que preside a comissão de comércio do Senado, a discussão no Congresso nesta quarta será para avaliar as formas que os Estados Unidos têm de fortalecer seu ecossistema de inovação, investir em diversidade nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática e criar uma nova diretoria de tecnologia na National Science Foundation.

Analistas apontam que o risco é, que, no longo prazo, as medidas somadas, se aprovadas, além de aumentar a capacidade produtiva e de inovação dos Estados Unidos, diminuam a colaboração entre empresas americanas e chinesas.

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

 

Acompanhe tudo sobre:Chinaempresas-de-tecnologiaEstados Unidos (EUA)Exame HojePequenas empresasSenado

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA