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Diana passou lista de telefones da Realeza, diz ex-editor

Jornalista do extinto tabloide News of the World disse que a falecida princesa lhe deu uma lista de números de telefone da família real


	Extinto tabloide News of the World: Clive Goodman disse que a agenda confidencial foi entregue à redação do jornal em 1992
 (Adrian Dennis/AFP)

Extinto tabloide News of the World: Clive Goodman disse que a agenda confidencial foi entregue à redação do jornal em 1992 (Adrian Dennis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 19h12.

Londres - O ex-editor para assuntos da realeza no agora extinto tabloide britânico News of the World, do magnata da mídia Rupert Murdoch, disse a um tribunal nesta quinta-feira que a falecida princesa Diana lhe deu uma lista de números de telefone da família real para se vingar de seu então marido, o príncipe Charles.

Clive Goodman disse que a agenda confidencial, com números de pessoas de destaque na família real da Grã-Bretanha, foi entregue à redação do jornal em 1992, quando Diana estava ficando cada vez mais amargurada com o marido.

Goodman, que foi preso em 2007 por ter acessado mensagens de voz de telefones celulares pertencentes a altos assessores da realeza britânica, está sendo julgado pela acusação de fazer pagamentos ilegais a policiais para obter números de telefones da família real.

A polícia encontrou 15 dessas listas de números na casa de Goodman quando ele foi preso em 2006.

Quando lhe perguntaram de onde tinha vindo um "livro verde" com telefones, datado de 1992, Goodman disse ao tribunal de Old Bailey: "(Foi) entregue a nós pela princesa de Gales. (...) Chegou à redação em um envelope com o meu nome", disse ele, acrescentando que recebeu depois um telefonema de Diana para confirmar se tinha chegado.

Diana se separou formalmente de Charles em dezembro de 1992 e o casal se divorciou em 1996. Ela morreu no ano seguinte em um acidente de carro em Paris.

Goodman disse que ela mantinha uma relação estreita com vários jornalistas no momento e queria usar a imprensa, e o News of the World em particular, como um aliado "poderoso" contra Charles.


"Ela estava passando por um momento muito difícil. Ela me disse que queria que eu visse esse documento para ver a dimensão da equipe do marido e sua familia em comparação com a dela", Goodman declarou à corte.

"Ela sentia que estava em uma situação muito dura na época. Sentia que estava sendo invadida por pessoas próximas a ele e à sua família. Ela estava à procura de um aliado para mostrar o tipo de forças alinhadas contra ela." Goodman negou qualquer uma das listas tivesse sido entregue por um funcionário público ou que ele tenha pago por elas.

Antes, Goodman disse ao tribunal que a cultura no jornal, quando Andy Coulson, ex-chefe de mídia do primeiro-ministro David Cameron, se tornou o editor, depois de 2003, era a de recorrer a "bastante assédio moral e ameaças", e isso se agravou com seu subeditor, Neil Wallis.

"Ele se tornou mais agressivo, mais combativo e mais intimidador", disse Goodman a respeito de Coulson.

Durante o julgamento a corte foi informada de que quatro outros ex-jornalistas do extinto News of the World, incluindo três com altos cargos de editores, também haviam admitido que conspiraram para fazer escutas de telefonemas durante o período em que Coulson comandava a redação.

Coulson, que renunciou depois da prisão de Goodman, em 2007, e antes de se tornar chefe de mídia do Partido Conservador, de Cameron, é acusado de autorizar os supostos pagamentos ilegais de Goodman e de conspiração para fazer escutas telefônicas. Ele nega as acusações.

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