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Diálogo nacional na Nicarágua é suspenso por falta de consenso

País completa 36 dias de crise sociopolítica e de protestos contra e a favor o presidente Daniel Ortega, que deixaram pelo menos 76 mortos

Nicarágua sob protesto: mesa de diálogo submeteu duas propostas à votação nesta quarta (23), e nenhuma alcançou consenso (REUTERS/Oswaldo Rivas/Reuters)

Nicarágua sob protesto: mesa de diálogo submeteu duas propostas à votação nesta quarta (23), e nenhuma alcançou consenso (REUTERS/Oswaldo Rivas/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de maio de 2018 às 22h24.

Manágua - A mesa de diálogo nacional na Nicarágua suspendeu nesta quarta-feira de forma indefinida suas sessões plenárias perante a falta de consenso entre as partes que buscam superar a crise que assola o país e que já deixou pelo menos 76 mortos.

"Dado que hoje não foi possível nenhum consenso entre as partes, lamentamos ver-nos obrigados, devido a esta falta de consenso, a suspender, por enquanto, esta mesa plenária de diálogo nacional", disse o cardeal nicaraguense Leopoldo Brenes, ao suspender a terceira sessão desse diálogo nacional.

A Nicarágua completa hoje 36 dias de uma crise sociopolítica e de protestos contra e a favor o presidente Daniel Ortega, que deixaram pelo menos 76 mortos, segundo um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

A Conferência Episcopal da Nicarágua, mediadora e testemunha do processo, sugeriu ao governo e aos representantes dos manifestantes contrários a criação de uma comissão mista de seis pessoas, três de cada lado, a fim de que alcancem um consenso.

Brenes disse às partes que, quando tiverem alcançado este consenso, devem entrar em contato para convocar e reiniciar o diálogo.

Durante a sessão desta quarta-feira, a mesa de diálogo submeteu duas propostas à votação e nenhuma alcançou consenso.

O governo propôs a suspensão imediata de todos os bloqueios do país que permita a livre circulação das famílias nicaraguenses e sua tranquilidade, a cessação imediata de todo ato de violência e a garantia dos empregos de todos os nicaraguenses.

Por sua parte, a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia pediu à Conferência Episcopal que solicitasse diretamente ao presidente Daniel Ortega que aceitasse discutir na mesa do diálogo sobre a democratização da Nicarágua.

Além disso, os representantes dessa Aliança se comprometiam a reunir esforços e enviar uma mensagem para a flexibilização dos bloqueios de estradas.

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