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Dez pessoas são presas em investigação da morte de soldado

Seis dos detidos já foram libertados, outros dois estão sob custódia por cumplicidade no crime e os dois principais suspeitos continuam no hospital


	Flores na cena do crime em Woolwich, sudeste de Londres: a investigação sobre a morte do militar mobiliza cerca de 500 pessoas.
 (REUTERS/Stefan Wermuth)

Flores na cena do crime em Woolwich, sudeste de Londres: a investigação sobre a morte do militar mobiliza cerca de 500 pessoas. (REUTERS/Stefan Wermuth)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 15h51.

Londres - A Scotland Yard realizou nesta segunda-feira a décima prisão no âmbito da investigação do assassinato de um militar britânico em Londres, enquanto mil partidários da extrema direita protestavam em frente a Downing Street para denunciar o crime, reivindicado por um islamita.

Um homem de 50 anos foi detido por "cumplicidade no assassinato", indicou a polícia em um comunicado, no qual relatou o trabalho de busca em um bairro do sudeste de Londres, onde aconteceu a prisão. A polícia não revelou a identidade do suspeito.

Esta é a décima prisão relacionada ao homicídio do soldado Lee Rigby, atacado com facas e um cutelo por dois islamitas em uma rua de Londres.

Seis dos detidos já foram libertados, outros dois estão sob custódia por cumplicidade no crime e os dois principais suspeitos, Michael Adebolajo e Michael Adebowale, que foram feridos pela polícia no local do assassinato, continuam no hospital, segundo a Scotland Yard.

O estado de saúde dos dois "é estável" e eles "serão interrogados assim que for possível", indicou a polícia.

O caso aumenta os temores de reações violentas contra a comunidade muçulmana no Reino Unido. Michael Adebolajo reivindicou o assassinato em um vídeo, justificando ter agido em represália "pelos muçulmanos mortos diariamente por soldados britânicos".

Como resposta a este crime, cerca de mil partidários da organização de extrema-direita EDL (Liga da Defesa Inglesa) protestaram nesta segunda-feira em frente ao gabinete do primeiro-ministro.


"Assassinos muçulmanos fora de nossas ruas", gritavam os manifestantes. "Eles têm a Primavera Árabe. Chegou o momento de termos a Primavera Inglesa", declarou o líder do EDL, Tommy Robinson. No fim da tarde, partidários do EDL e contra-manifestantes entraram em confronto, o que obrigou a polícia a intervir.

Neste contexto, o diretor da Faith Matters, uma organização que afirma atuar para reduzir o extremismo, Fiyaz Mughal, indicou que os incidentes antimuçulmanos registrados passaram de uma média de quatro a oito por dia para 150 nos últimos dias.

Na noite de domingo, um incêndio foi registrado em um centro cultural muçulmano em Grimsby (leste da Inglaterra), sem deixar feridos, segundo a polícia, que prendeu duas pessoas.

Coquetéis Molotov foram jogados no estabelecimento, afirmou o presidente da mesquita, Diler Gharib. As janelas da mesquita já haviam sido quebradas na quinta-feira e 11 pessoas foram detidas, de acordo com a polícia. Nenhuma relação foi estabelecida entre a morte do soldado e esses incidentes.

A investigação sobre a morte do militar, que mobiliza cerca de 500 pessoas, "se concentra na segurança do público e na identificação de outras pessoas que poderiam estar envolvidas", declarou o chefe do serviço de contra-terrorismo da Scotland Yard, Stuart Osborne.

A polícia analisa as imagens de câmeras de segurança e pediu mais uma vez a todas as pessoas que filmaram o crime que entreguem as imagens.


Além disso, o serviço britânico de inteligência (MI5) está na mira da opinião pública, após ter sido acusado de tentar recrutar Michael Adebolajo.

Segundo um dos amigos do acusado, Abu Nusaybah, Adebolajo rejeitou a oferta do MI5 de trabalhar para eles. Os agentes continuaram a convidá-lo, depois de uma temporada na Nigéria.

Esta testemunha é suspeita de ter "ordenado ou preparado (...) atos terroristas", mas, segundo uma fonte próxima às investigações, a sua prisão na sexta-feira não está diretamente relacionada com a morte do soldado.

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