Mohamed Abrini, ligado aos atentados de Paris, presta depoimento na Bélgica (Reuters/CCTV/Belgian Federal Police)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2016 às 12h28.
Bruxelas - O suspeito de ser cúmplice na preparação dos atentados de Paris em novembro do ano passado, Mohammed Abrini, presta depoimento a um juiz de instrução em Bruxelas junto a outras quatro pessoas detidas na sexta-feira, informou a emissora "VTM".
Entre elas se encontra Osama Krayem, conhecido como Naeem Al Ahmed, também relacionado a Salah Abdeslam, suposto cérebro dos ataques de 13 de novembro em Paris. O juiz deverá decidir se mantém ou não a detenção dessas pessoas.
Os investigadores também tentam descobrir o envolvimento de Abrini nos atentados de Bruxelas de 22 de março, já que seu DNA foi encontrado no apartamento do qual saíram os dois suicidas que causaram as explosões no aeroporto de Zaventem.
Um dos objetivos é determinar se Abrini é o chamado "homem do chapéu", o terceiro homem que foi visto com os dois terroristas que se explodiram no aeroporto de Bruxelas.
Outro objetivo das autoridades é saber se Krayem é o "segundo homem do metrô", que foi visto conversando com o terrorista minutos antes de atear fogo ao próprio corpo na estação da capital.
A imprensa belga informou hoje que nas operações de sexta-feira foi detida uma sexta pessoa, ainda não confirmada pela procuradoria, que seria Bilal El Makhoukhi, um bruxelense condenado no processo contra o grupo radical Sharia4Belgium na Antuérpia, embora não haja detalhes sobre seu suposto papel nos atentados de Bruxelas.
El Makhoukhi, segundo a emissora "VRT", foi condenado a cinco anos de prisão, dos quais cumpriu dois e depois ficou em liberdade sob vigilância eletrônica, que segundo a emissora terminou no mês passado.
Esta pessoa viajou à Síria no final de 2012 para combater em Aleppo e retornou à Bélgica ferido, sem uma das pernas, em dezembro de 2013.
Segundo a "VTM", é impossível determinar se a célula jihadista supostamente responsável pelos atentados de Paris, que deixaram 130 mortos, e de Bruxelas, com 32 mortes, foi desmantelada, já que "os investigadores continuam a buscar mais suspeitos".
A Polícia belga realiza uma "grande operação" no distrito bruxelense de Etterbeek, segundo informa em seu site a emissora pública francófona "RTBF", que não pôde confirmar o contexto desta atividade policial.
De acordo com testemunhas ouvidas pela emissora, há cerca de 50 policiais e agentes dos serviços de emergência mobilizados e os moradores foram evacuados. EFE