Trump: o presidente americano assinou uma ordem para colocar a Guarda Nacional na fronteira (John Moore/Getty Images)
EFE
Publicado em 5 de abril de 2018 às 15h06.
Washington - O número de detenções de imigrantes na fronteira entre Estados Unidos e México subiu mais de 200% durante o mês de março com relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Departamento de Segurança Nacional americano.
"Houve um aumento de 200% desde março de 2017, esta crise é real", disse nesta quinta-feira durante uma entrevista à emissora "Fox" a secretária de Segurança Nacional, Kristjen Nielsen.
O departamento divulgou na noite de ontem os números de detenções de março, justo depois de Trump assinar uma ordem para desdobrar "o mais rápido possível" militares da Guarda Nacional na fronteira com o México.
Segundo os dados do Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP), em março deste ano foram registradas 50.308 apreensões, o que representa um aumento de 203% com relação ao mesmo mês do ano anterior, quando houve 16.588.
No entanto, esse número de 16.588 detenções é bastante incomum, pois o normal é que sejam registrados dados como o de março deste ano, como mostra o arquivo histórico do CBP.
Os números oficiais mostram que em março de 2016 houve 46.117 detenções e no mesmo mês de 2015 foram registradas 39.159, dados similares aos 57.405 de março de 2014 e aos 54.009 do mesmo mês de 2013.
Dessa forma, o incomum foi que no ano passado foram registradas apenas 16.588 detenções, algo que os especialistas e o próprio Governo atribuem ao chamado "efeito Trump".
Com esse nome é definido o efeito que teve a chegada ao poder de Trump em janeiro deste ano, momento no qual os imigrantes se sentiram intimidados e reduziram suas chegadas aos Estados Unidos.
Precisamente, o Governo dos EUA vinculou na quarta-feira a decisão de enviar a Guarda Nacional à fronteira com o recente aumento das apreensões de sem documentos.
Em fevereiro deste ano, também houve um aumento de 55% no número de detenções na fronteira (36.695 detenções frente às 23.555 do ano anterior).
No entanto, os meses de fevereiro e março são os únicos deste ano fiscal (de outubro de 2017 a setembro de 2018) nos quais houve um aumento no número de detenções.