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Detenções de famílias em fronteira dos EUA aumentam

Dados deixam entrever que políticas de "tolerância zero" do governo Trump não tiveram efeito dissuasório procurado na chegada de famílias

Imigração: presidente Donald Trump se viu obrigado a alterar as novas medidas após a urgente pressão (Denise Flores/Reuters)

Imigração: presidente Donald Trump se viu obrigado a alterar as novas medidas após a urgente pressão (Denise Flores/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 15h58.

Washington- A proporção de famílias imigrantes que foram detidas na fronteira sul dos Estados Unidos aumentou nos meses de junho e julho, apesar do efeito dissuasório procurado pelo Governo do presidente Donald Trump com a separação de menores, segundo dados divulgados nesta quarta-feira.

Como tinha ocorrido em junho, as estatísticas de julho mostram um aumento da porcentagem de famílias detidas no limite entre o México e EUA com relação ao total de apreensões de imigrantes irregulares registrada nesse mês pela Patrulha Fronteiriça, informou o Departamento de Segurança Nacional.

Deste modo, em julho a proporção de famílias que viajavam juntas e foram detidas alcançou 29,57% (9.258 pessoas) do total de interceptadas na zona fronteiriça meridional, em comparação com os 27,67% (9.434 detidos) de junho e com os 23,51% (9.485 detidos) em maio.

Os dados publicados hoje pelo Governo deixam entrever que as políticas de "tolerância zero" impulsionadas pela administração Trump não tiveram o efeito dissuasório procurado na chegada de famílias.

Essas medidas de "tolerância zero" foram aplicadas a partir de abril, quando o procurador-geral, Jeff Sessions, ordenou que todos os imigrantes que chegassem ao país irregularmente pela fronteira sul fossem processados criminalmente, o que na prática supunha a separação de famílias.

No final de junho, Trump se viu obrigado a alterar as novas medidas após a urgente pressão, inclusive dentro de seu partido, que o acusava de "inumanidade", por isso que agora os pais e filhos podem permanecer juntos em centros de detenção de imigrantes, embora a viabilidade legal da medida é incerta.

Os dados apresentados sim que mostram um descenso no chegado total de imigrantes irregulares desde maio, quando se alcançou o máximo durante neste ano fiscal - iniciado em outubro -, com 40.333 pessoas detidas, já que em junho houve 34.095 detidos e em julho, 31.303.

O número de julho, no entanto, é significativamente superior ao do mesmo mês de 2017, quando o total de apreensões chegou aos 18.187 imigrantes.

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