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Político sírio acredita que Assad utilizará armas químicas

Nawaf Fares afirmou também que essas armas já podem ter sido utilizadas em Homs

Ditador sírio: Fares acrescentou que Assad não deixará o poder por uma intervenção política (Sana/Divulgação/Reuters)

Ditador sírio: Fares acrescentou que Assad não deixará o poder por uma intervenção política (Sana/Divulgação/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 07h12.

Londres - Nawaf Fares, um dos mais destacados políticos sírios, afirmou que o presidente Bashar al-Assad não duvidaria em recorrer às armas químicas se enfrentar maiores dificuldades e não descarta a possibilidade de elas já terem sido utilizadas em Homs.

Em entrevista à cadeia 'BBC', Fares, que foi embaixador no Iraque e se uniu à oposição de seu país, disse que há informações não confirmadas sobre o uso dessas armas e que os principais bombardeios na Síria teriam sido planejados pelo regime de Damasco em colaboração com a rede Al Qaeda.

Fares é considerado o político mais importante a abandonar o regime de Damasco desde o começo do conflito, em março do ano passado.

Perguntado se Assad poderia utilizar armas químicas contra a oposição, o político e diplomata não descartou essa hipótese e qualificou o presidente sírio como 'um lobo ferido e encurralado'.

'Há informações, informações não confirmadas, é claro, que foram utilizadas parcialmente armas químicas na cidade de Homs', disse o diplomata sírio à emissora britânica.

Em referência à possibilidade de uma colaboração com a Al Qaeda, Fares assinalou que 'na história há evidências suficientes de que muitos inimigos se encontram quando têm interesses'.

'A Al Qaeda está buscando um espaço para movimentar-se e meios de apoio, enquanto o regime (sírio) procura uma maneira de aterrorizar a população síria', explicou.

Segundo a 'BBC', Fares acredita que militantes muçulmanos sunitas da Al Qaeda colaboram com o regime controlado pela minoria alauíta.

Fares acrescentou que Assad não deixará o poder por uma intervenção política, apenas se for 'tirado à força'.

Ao mesmo tempo, se mostrou pessimista quanto ao plano de paz do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.

'Passaram-se sete meses e o regime não aplicou nem um só artigo do plano (de Annan)', acrescentou Fares.

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