Mundo

Desmond Tutu lamenta exclusão dos africâners de funeral

O arcebispo emérito da Cidade do Cabo e ícone da luta pela igualdade e reconciliação lamentou exclusão da comunidade africâner do funeral de Nelson Mandela

Arcebispo emérito da Cidade do Cabo, Desmond Tutu: "a exclusão mais chamativa foi a da comunidade africâner", disse (Mark Wessels/Reuters)

Arcebispo emérito da Cidade do Cabo, Desmond Tutu: "a exclusão mais chamativa foi a da comunidade africâner", disse (Mark Wessels/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 08h56.

Johanesburgo - O arcebispo emérito da Cidade do Cabo e ícone da luta pela igualdade e reconciliação, Desmond Tutu, lamentou a "exclusão" da comunidade africâner - descendente dos colonos centro-europeus na África do Sul - do funeral de Nelson Mandela, informou nesta quarta-feira o jornal "Beeld".

"A exclusão mais chamativa foi a da comunidade africâner. Os líderes religiosos cometeram um erro ao não incluir ninguém da Igreja Reformada Holandesa", disse o clérigo anglicano e velho amigo de Mandela, em comunicado ao jornal em língua africâner, sobre as cerimônias de despedida do ex-presidente,

"Cometemos o erro de não usar a língua africâner nos atos, exceto numas poucas frases na bênção final", acrescentou Tutu, se referindo à cerimônia religiosa em homenagem a Mandela realizada em 10 de dezembro no estádio FNB (antigo Soccer City), em Johanesburgo, e ao funeral, que aconteceu no domingo passado na aldeia natal do ex-presidente, Qunu.

"Fizemos mal em não sermos tão inclusivos como Madiba (como Mandela é conhecido em seu país). Sem dúvida ele teria sido", disse Tutu, para quem seu amigo "teria se sentido consternado" e por isso considera o ocorrido um erro.

Tutu lembrou os esforços de Mandela para que os africâners "se sentissem parte da nova nação que estávamos construindo". O arcebispo lembrou como exemplo a fusão no hino nacional de uma canção africana com o antigo hino nacional em língua africâner.

O carismático líder religioso pediu desculpas aos "irmãos e irmãs da comunidade africâner" e se comprometeu a dar sequência ao exemplo de unidade de Mandela.

Tutu também criticou o excessivo protagonismo do governante Congresso Nacional Africano (CNA), ao qual pertenceu Madiba, nos eventos de despedida de Mandela, frisando que se tratava de atos de Estado.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁfrica do SulNelson MandelaPolíticos

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru