Desmatamento havia quintuplicado em março e abril deste ano (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2011 às 10h34.
São Paulo - Pouco mais de duas semanas após a criação do gabinete de crise para combater o aumento do desmatamento na Amazônia, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o ritmo das motosserras diminuiu a ponto de afastar a expectativa de que o abate de árvores em 2011 fosse maior do que o dos dois anos anteriores.
No auge da crise, quando os satélites apontaram que o desmatamento havia quintuplicado em março e abril, o governo chegou a estimar que a taxa anual poderia alcançar 8,8 mil quilômetros quadrados em 2011. Isso significaria ultrapassar os índices de 2009 e 2010, dois recordes sucessivos, de 7.464 quilômetros quadrados e 6.451 km2, respectivamente. A taxa anual é medida entre agosto de um ano e julho do ano seguinte.
Caso confirmada a expectativa do governo quando criou o gabinete de crise, estaria ameaçado um dos principais compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa, objeto de lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2009, que prevê a redução em 80% do desmatamento na Amazônia.
De acordo com dados do Inpe, o desmatamento nos municípios que registraram situação recente mais crítica - Sinop, Cláudia, Santa Carmem, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Porto dos Gaúchos -, o ritmo das motosserras caiu de 175 quilômetros quadrados para 17 km2.
No Estado do Pará, onde as nuvens atrapalhavam as imagens de satélite, o desmatamento não explodiu, como temia o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "Podemos afirmar que a situação está sob controle", afirmou ontem o presidente do Instituto, Curt Trennepohl. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.