Recuperação do mercado de trabalho é o principal desafio do governo Obama (Jim Watson/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 12h05.
São Paulo – A redução da taxa de desemprego nos Estados Unidos para 9% é uma boa notícia, mas o patamar ainda permanece muito elevado – o dobro da média histórica (4,5%).
A análise é do estrategista-sênior da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira, que participou nesta sexta-feira (4) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“O incremento de vagas no setor industrial e no varejo explica a queda do desemprego em janeiro. Além disso, houve uma menor demanda por empregos provocada pelo inverno rigoroso nos Estados Unidos, que dificulta a locomoção das pessoas”, explica Jason.
Por outro lado, a geração de vagas em janeiro foi decepcionante (36 mil postos ante expectativa de 146 mil) e novamente a explicação é o inverno. “Quando o tempo melhorar, a oferta de vagas pode melhorar, mas mais pessoas vão procurar emprego. Existe um efeito estatístico do clima para os dois lados, tanto para cima quanto para baixo.”
O estrategista-sênior da Cruzeiro do Sul Corretora diz que a economia americana tende a se recuperar sem necessariamente melhorar muito o nível de emprego. “Pode haver uma mudança de paradigma na economia americana de ter que trabalhar com taxas de desemprego historicamente mais altas do que está acostumada para que se considere o processo de recuperação.”
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), Jason Vieira avalia o risco de a economia americana viver um processo de estagflação por causa da alta mundial dos preços das commodities e diz se ainda há medidas a serem adotadas pelo governo Obama.