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Desastre aéreo na Coreia do Sul deixa 179 mortos e dois sobreviventes

Boeing 737-800 transportava 181 passageiros, em sua maioria sul-coreanos, e tentou pouso em sentido contrário após alerta de emergência. Dois tripulantes sobreviveram

Após tragédia, aeroporto de Muan suspende operações até 1º de janeiro. Cerca de 2.800 profissionais atuam nas operações de resgate. (Han Myung-Gu/EFE)

Após tragédia, aeroporto de Muan suspende operações até 1º de janeiro. Cerca de 2.800 profissionais atuam nas operações de resgate. (Han Myung-Gu/EFE)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 29 de dezembro de 2024 às 07h44.

Última atualização em 29 de dezembro de 2024 às 14h48.

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Um trágico acidente aéreo ocorrido neste domingo (29) no Aeroporto Internacional de Muan, a 290 quilômetros de Seul, na Coreia do Sul, resultou em 179 mortes confirmadas. O voo comercial da Jeju Air, um Boeing 737-800 proveniente do aeroporto Suvarnabhumi de Bangkok, na Tailândia, colidiu com uma barreira de proteção após sair da pista durante o pouso.

O acidente aconteceu por volta das 9h03 (horário local de Seul), quando a aeronave tentou pousar sem o trem de aterrissagem devidamente posicionado. Conforme informações da EFE, das 181 pessoas a bordo, incluindo seis tripulantes, 173 passageiros sul-coreanos e dois tailandeses, apenas dois membros da tripulação que estavam na parte traseira do avião sobreviveram. Três pessoas permanecem desaparecidas.

Segundo o Ministério dos Transportes sul-coreano, a torre de controle de Muan chegou a emitir um alerta de colisão com pássaros às 8h57. Um minuto depois, o capitão da aeronave enviou um sinal de "mayday" (pedido de ajuda urgente usado em comunicações via rádio). Imagens captadas por um telefone celular e divulgadas pela emissora MBC mostram o suposto impacto de uma ave com o motor direito do Boeing, que pode ter impedido o funcionamento adequado do trem de pouso.

Caixas-pretas já foram encontradas

O presidente interino do país, Choi Sang-mok, convocou uma reunião de emergência e ordenou que todos os esforços possíveis sejam realizados nas operações de resgate. Aproximadamente 2.800 efetivos dos corpos de bombeiros, polícia, Forças Armadas e Guarda Costeira foram mobilizados para o local.

Joo Jong-wan, diretor da Oficina de Políticas de Aviação, informou em coletiva de imprensa que após o sinal de socorro, a torre de controle autorizou o capitão a realizar o pouso em sentido contrário na pista. Seis investigadores e nove assessores da Junta de Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários já estão no local analisando as causas do acidente. As duas caixas-pretas do avião, contendo dados do voo e gravações da cabine de comando, foram localizadas.

Até o momento, 22 vítimas foram identificadas. Como consequência do acidente, todos os voos nacionais e internacionais com origem ou destino ao Aeroporto Internacional de Muan foram cancelados pelo menos até o dia 1º de janeiro.

Tragédia aérea em meio a caos político

Este é considerado um dos acidentes aéreos mais graves da história recente da aviação sul-coreana e ocorre em um momento delicado no país. O caos institucional começou quando o presidente Yoon Suk-yeol tentou instaurar lei marcial no início de dezembro, medida que foi revertida apenas seis horas depois.

A decisão levou ao seu impeachment e, posteriormente, seu sucessor, o presidente interino Han Duck-soo, também foi destituído na última sexta-feira por votação unânime do parlamento, sob acusações de "participar ativamente da insurreição". O atual presidente interino,

Choi Sang-mok, que era vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, assumiu em meio a uma grave crise que já provocou significativa desvalorização da moeda local. A gestão da tragédia aérea representa mais um desafio para o governo em meio ao turbulento cenário político sul-coreano.

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