Atualmente, país possui 3,4 milhões de pessoas em condição subalimentar, o que representa menos de 5% da população (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2014 às 16h57.
São Paulo - O representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, comentou nesta terça-feira os recentes resultados do país no combate à fome e a sua saída pela primeira vez do chamado "Mapa da Fome".
Presente no "Fórum Desafio 2050", que abordou os desafios para acabar com a fome mundial no cenário de uma população estimada de 12 bilhões de pessoas, Bojanic classificou os resultados do Brasil nos recentes relatórios divulgados pela FAO como "exemplares".
Segundo o representante da FAO, os números demonstraram que o país não possui mais "problemas endêmicos ou estruturais".
Atualmente, o Brasil possui 3,4 milhões de pessoas em condição subalimentar, o que representa menos de 5% da população, embora seja uma parcela ainda numericamente muito grande de pessoas sem acesso à segurança alimentar.
"É um problema que precisa ser atendido, mas levando em consideração outras políticas voltadas sobretudo a grupos ainda vulneráveis", destacou Bojanic.
De acordo com Bojanic, "nenhum país no mundo tem diminuído a fome tão rápido quanto o Brasil", principalmente por conta das políticas sociais implementadas na última década, entre elas a valorização do salário mínimo e da alimentação escolar.
"Os programas de alimentação escolar, por exemplo, são fundamentais nesse processo. São mais de 43 milhões de crianças que recebem alimentação todos os dias" lembrou Bojanic, classificando a solução como uma "receita básica" de "combinação entre incentivo à produção e políticas de proteção social".
De acordo com o representante da FAO no Brasil, trata-se de um "grande esforço que também tem ligação com criar uma demanda específica para produtores de agricultura familiar" gerando o que chamou de "círculos virtuosos".
"Podemos fazer para o futuro o que o Brasil fez nos últimos dez anos; e acreditamos que estamos em condições de fazer isso", concluiu Bojanic.