(Jim Lo Scalzo/Pool/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de março de 2017 às 15h06.
Washington - Um proeminente promotor dos Estados Unidos disse que o governo Trump o demitiu no sábado após ter se recusado a se demitir, acrescentando um tom discordante ao que normalmente é uma troca de rotina dos principais promotores quando um novo presidente assume.
A desafiadora saída do promotor geral de Nova York, Preet Bharara, anunciada em primeira mão no Twitter, levantou questões sobre a capacidade do presidente Donald Trump em preencher cargos importantes ao longo de seu governo.
Trump ainda precisa apontar quaisquer candidatos que sirvam o país como os 93 promotores gerais mesmo quando seu Departamento de Justiça solicitou que os 46 que ainda não haviam renunciado entregassem seus pedidos de demissão na sexta-feira.
Cargos de destaque em agências como o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa também continuam vagos.
Bharara disse à imprensa em novembro que Trump pediu que ficasse em seu posto e ele se recusou a se demitir quando o Departamento de Justiça pediu que o fizesse na sexta-feira. Ele disse que foi demitido na tarde de sábado.
"Servir meu país como promotor geral pelos últimos sete anos será para sempre a maior honra da minha vida profissional, não importa o que mais eu faça ou por quanto tempo eu viva", disse Bharara em um comunicado à imprensa.
O Departamento de Justiça confirmou que Bharara não está mais no cargo e não quis fazer mais comentários.
O jornal The Washington Post disse, citando duas pessoas próximas a Trump, que o conselheiro do presidente, Stephen Bannon, e o procurador-geral Jeff Sessions queriam uma nova safra de promotores federais para afirmar o poder do governo.
Mas a decisão de substituir tantos promotores de uma vez levantou questões sobre a possibilidade de a capacidade do governo Trump em aplicar as leis do país ser prejudicada.
"A abrupta e inexplicada decisão do presidente Trump de sumariamente remover mais de 40 promotores norte-americanos causou caos novamente no governo federal", disse o procurador-geral de Nova York, o democrata Eric Schneiderman.
Advogados de carreira assumirão o trabalho até que novos promotores sejam contratados, disse o Departamento de Justiça.