Diosdado Cabello: presidente da governista Assembleia Constituinte disse que o chavismo avalia submeter vários deputados a referendo revogatório (Marco Bello/Reuters)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2018 às 18h02.
Parlamentares opositores minimizaram a importância nesta terça-feira (17) dos planos do governo venezuelano de tirá-los de suas funções mediante um referendo revogatório, e asseguraram que quem deve ser substituído é o presidente Nicolás Maduro.
"Na Venezuela estão dadas todas as condições para um 'revogatório' de Maduro, seja convocando (eleições) presidenciais verdadeiras antes que termine este período, seja porque o povo, em um país que está caindo aos pedaços, toma as ruas e produz uma transição política", disse a jornalistas o presidente do Legislativo, Omar Barboza.
Na segunda-feira, Diosdado Cabello, presidente da governista Assembleia Constituinte que rege o país e na prática substituiu o Parlamento de maioria opositora, disse que o chavismo avalia submeter vários deputados a um referendo revogatório.
Cabello não detalhou o motivo que justificaria a consulta nem quantos legisladores poderia envolver.
"O papel de Diosdado 'segundão' Cabello não tem sido outro além de falar besteiras e tentar distrair os venezuelanos", reagiu nesta terça o vice-presidente do Parlamento, Alfonso Marquina.
A Constituição venezuelana estabelece que todos os cargos de eleição popular podem ser revogados mediante referendo após ter passado metade do período para o qual o funcionário foi eleito.
Os deputados da Assembleia Nacional foram eleitos em dezembro de 2015.
A lei também determina que, uma vez aprovada a consulta, o funcionário só pode ser revogado por um número de votantes igual ao que o elegeu, algo que Marquina descartou.
"Se ele quiser revogatório, que se atreva e tente derrotar essa altíssima votação que os deputados tiveram em 2015", sustentou.