Trump: "A primeira coisa que ele vai fazer é instruir as agências para que foquem naqueles (imigrantes ilegais) que tenham um histórico criminal ou que representem uma ameaça para o povo americano" (Reuters)
EFE
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 19h33.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não tem como "prioridade" deportar jovens imigrantes ilegais que chegaram ao país quando crianças (os conhecidos como "sonhadores") e aos quais o ex-mandatário Barack Obama concedeu um alívio migratório, sugeriu nesta segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
O porta-voz também disse que Trump continua decidido a "construir o muro" na fronteira com o México e que "está fazendo todo o possível para instruir as agências e o Congresso para começar esse trabalho o mais breve possível", sem dar mais detalhes.
Em sua primeira entrevista coletiva diária, Spicer recebeu uma pergunta sobre a possibilidade de que Trump acabe com a ordem executiva de Obama conhecida como Daca, que protegeu os chamados "dreamers" ("sonhadores").
"A primeira coisa que ele vai fazer é instruir as agências para que foquem naqueles (imigrantes ilegais) que tenham um histórico criminal ou que representem uma ameaça para o povo americano. Esta será a prioridade, e depois vamos continuar a avaliar o que fazer com o resto das pessoas que estão aqui (ilegalmente)", disse Spicer.
Com essa breve resposta, o porta-voz não descartou que Trump possa cancelar a ordem executiva de Obama que permitiu a cerca de 750 mil jovens imigrantes ilegais ter a garantia de que não serão deportados, embora sem chegar a regularizar sua situação migratória, algo que só pode ser feito pelo Congresso americano.
No entanto, Trump pode acabar com o decreto de Obama e, mesmo assim, não deportar os "sonhadores", que simplesmente perderiam a garantia de proteção que lhes deu segurança e lhes permitiu continuar sem medo com seus estudos e sua carreira laboral.
Após ganhar as eleições presidenciais, Trump afirmou que expulsaria os que têm "antecedentes penais", cerca de 3 milhões de pessoas, em vez do total de 11 milhões de imigrantes ilegais aos quais prometeu deportar durante a campanha.