Trump: "Uma proibição amenizada continua sendo uma proibição. Apesar das mudanças da Administração, esta perigosa ordem executiva solapa nossa segurança. E mais, é mesquinha e antiamericana. Deve ser derrogada" (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de março de 2017 às 16h48.
Washington - Os líderes do Partido Democrata no Congresso dos Estados Unidos, o senador Chuck Schumer e a representante Nancy Pelosi, reprovaram nesta segunda-feira o novo veto migratório emitido pelo presidente Donald Trump e insistiram que o mesmo continua sendo "uma proibição" discriminatória, que foi apenas "amenizada".
"Uma proibição amenizada continua sendo uma proibição. Apesar das mudanças da Administração, esta perigosa ordem executiva solapa nossa segurança. E mais, é mesquinha e antiamericana. Deve ser derrogada", disse Schumer, líder da minoria democrata no Senado, em comunicado.
Schumer considerou que o fato de Trump ter esperado alguns dias após seu discurso na sessão conjunta do Congresso, que aconteceu na terça-feira, para assinar a ordem executiva revisada revela que a mesma não é uma prioridade em matéria de segurança nacional, como clama o próprio presidente.
"Adiar seu anúncio e sua implementação, só para que o presidente pudesse desfrutar de seus 15 minutos de fama após seu discurso no Congresso, demonstra que esta ordem executiva não tem nada a ver com a segurança nacional. Apesar de seus melhores esforços, espero que esta ordem executiva encontre a mesma resistência nas cortes que a versão anterior", concluiu Schumer.
Pelosi, líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, afirmou por sua vez que "a mudança de embalagem" que o governo Trump fez sobre a polêmica ordem executiva "não mudou em nada os objetivos imorais, inconstitucionais e perigosos de sua proibição aos muçulmanos e refugiados".
"Esta é a mesma proibição, com o mesmo propósito, impulsionada pela mesma discriminação perigosa que debilita nossa capacidade de combater o terror", comentou a líder democrata.
"A conduta do presidente durante o fim de semana evidencia como ele tem pouca consideração com a realidade. Como os relatórios vazados de Segurança Nacional. A Casa Branca tentou desesperadamente inventar uma justificativa posterior para sua proibição a muçulmanos e refugiados", disse a congressista.
Pelosi insistiu que as alegações de Trump de que a ordem executiva tem como objetivo fortalecer a segurança do país são falsas, e que, ao contrário, suas medidas são "perigosas" e deixam os Estados Unidos menos seguros.
Trump assinou hoje um texto revisado sobre a primeira proibição que emitiu poucos dias após tomar posse, evitando uma linguagem discriminatória sobre a religião dos cidadãos dos países afetados - Iêmen, Somália, Líbia, Síria, Sudão e Irã - e tirando da lista o Iraque.
Assim, Trump pretende evitar que os tribunais possam bloqueá-la por motivos constitucionais, como aconteceu com a ordem anterior.