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Democratas recuperam controle da Câmara; republicanos mantêm o Senado

Eleições legislativas aconteceram nesta terça-feira. Veja os resultados que irão definir o futuro da presidência de Donald Trump

O presidente americano, Donald Trump: seu partido perdeu a maioria no Congresso após eleições legislativas realizadas na terça-feira (Kevin Lamarque/Reuters)

O presidente americano, Donald Trump: seu partido perdeu a maioria no Congresso após eleições legislativas realizadas na terça-feira (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 06h13.

Última atualização em 7 de novembro de 2018 às 07h00.

O controle do Congresso dos Estados Unidos estará dividido no próximo ano, após as eleições de meio de mandato realizadas nesta terça-feira, nas quais a oposição democrata conquistou a Câmara de Representantes e o partido Republicano, do presidente Donald Trump, manteve o Senado.

Os democratas tomaram dos republicanos as 23 cadeiras necessárias para ter a maioria na Câmara de Representantes, ao vencer em estados-chave como Virgínia, Flórida, Pensilvânia e Colorado, de acordo com projeções das redes de televisão Fox e NBC.

Já os republicanos consolidaram sua posição no Senado arrebatando cadeiras em ao menos dois estados - Indiana e Dakota do Norte - e mantendo as atuais no Tennessee e Texas, que estavam sob ameaça.

Os democratas conseguiram arrebatar dos republicanos as duas primeiras cadeiras na Câmara vencendo nos estados da Virgínia e Flórida.

A democrata Donna Shalala conquistou a cadeira pela Flórida que foi ocupada durante anos por Ileana Ros-Lehtinen, a primeira cubana-americana eleita para o Congresso.

A republicana María Elvira Salazar, escolhida para substituir Ileana Ros-Lehtinen, não conseguiu manter a cadeira da representante que se aposenta.

Na Virgínia, a democrata Jennifer Wexton bateu a republicana Barbara Comstock, que tentava a reeleição.

Na disputa na Virgínia, Comstock se distanciou do presidente Donald Trump, consciente do descontentamento da população em relação ao presidente, especialmente entre as mulheres.

Já na briga pelo Senado, os republicanos acertaram um duro golpe nos democratas ao arrebatar a cadeira de Joe Donnelly em Indiana, derrotado por Mike Braun, candidato apoiado pelo presidente Donald Trump.

Donnelly era um dos cinco democratas que defendiam sua cadeira no Senado em circunscrições onde Trump venceu em 2016 e onde a política econômica atual seduz os eleitores.

O democrata Joe Manchin defendeu sua cadeira de senador pela Virgínia Ocidental, outro estado em que Trump venceu em 2016.

O veterano Manchin, 71 anos, enfrentou o republicano Patrick Morrisey, apoiado por Trump.

Em Nova Jersey, o senador democrata Bob Menéndez foi reeleito, um alívio para o seu partido, que temia que as acusações de corrupção pudessem beneficiar seu adversário republicano, Bob Hugin.

Bob Menéndez, 64 anos, senador desde 2006, teve sua popularidade abalada após ser julgado por suposta ajuda a um médico em troca de diárias em hotéis de luxo em alguns balneários.

No Texas, o republicano Ted Cruz derrotou o democrata Beto O'Rourke em uma das disputas ao Senado mais acirradas destas eleições.

A vitória de Cruz sobre O'Rourke, um carismático congressista e antigo membro de uma banda de música punk, cuja campanha foi apoiada por estrelas como Beyoncé e LeBron James, era fundamental para manter a hegemonia republicana no Senado.

- Fazendo história -

O democrata Jared Polis se tornou o primeiro homem abertamente homossexual a governar um estado dos EUA - o Colorado - ao derrotar o republicano Walker Stapleton.

Polis, 43 anos, que não escondeu sua orientação sexual durante a campanha, substituirá o governador democrata John Hickenlooper, que dirige o estado desde 2011.

A jovem estrela dos democratas Alexandria Ocasio-Cortez, de origem porto-riquenha e nascida no Bronx, em Nova York, se tornou a mulher mais jovem eleita para o Congresso, aos 29 anos.

Ocasio-Cortez, que defende com orgulho suas raízes e sua latinidade, e promete ser uma campeã da classe trabalhadora na qual tem origem, manteve a cadeira em uma circunscrição claramente democrata, após derrotar nas primárias o veterano Joe Crowley.

Agora esta latina, que se define como socialista, se transforma em um símbolo de uma onda de mulheres democratas pertencentes a minorias que estão revolucionando a elite do partido.

No Kansas, a democrata Sharice Davids se converteu na primeira mulher indígena americana a chegar ao Congresso.

Davids, uma advogada de 38 anos ex-lutadora de artes marciais e homossexual declarada, derrotou o atual representante republicano do Estado, Kevin Yoder.

As democratas Ilhan Omar e Rashida Tlaib se tornaram as duas primeiras muçulmanas eleitas para o Congresso de Estados Unidos, pelos Estados de Minnesota e Michigan, respectivamente.

Ilhan Omar, uma refugiada somali, escreveu no Twitter para Rashida Tlaib, nascida em Detroit de pais palestinos: "Não posse esperar para compartilhar uma bancada com você".

As duas defendiam cadeiras em tradicionais feudos democratas.

Em Vermont, Christine Hallquist, ex-presidente de uma companhia de energia, fracassou em sua tentativa de se tornar a primeira governadora transgênero dos Estados Unidos, ao ser derrotada pelo atual governador, o republicano, Phil Scott.

A democrata Hallquist, uma avó de 62 anos e sobrevivente de um câncer, entrou na política para promover a "onda azul" contra Trump, que tem sido um obstáculo aos direitos das pessoas transgênero.

Nestas eleições estavam em jogo 435 assentos da Câmara de Representantes, 35 cadeiras do Senado, 36 governos de estados americanos, além de vários cargos locais, como prefeitos, juízes e xerifes.

A votação de meio de mandato era considerada o primeiro teste para o governo Trump, pois se apresenta como um referendo sobre o presidente em um país muito dividido.

As redes de televisão mostraram longas filas de pessoas esperando para votar, em uma eleição cujo grande interesse foi revelado pelos 38 milhões de votos antecipados nos estados que permitem essa modalidade, 40% a mais que nas eleições de meio de mandato de 2014.

O nome de Trump não apareceu nas cédulas de votação, mas ele deixou claro que era um referendo sobre a sua presidência, que até agora contava com a maioria republicana nas duas Câmaras.

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