O inquilino da Casa Branca insistiu, de todos os modos, que a vitória dependerá que os eleitores compareçam hoje às urnas (REUTERS/Jason Reed)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2012 às 17h33.
Chicago (EUA) - A campanha para a reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mantém o otimismo perante a apertada disputa desta terça-feira e garante que a festa hoje será em Chicago e não em Boston, quartel-general dos republicanos.
As últimas enquetes refletem um empate técnico entre Obama (48% das intenções de voto) e seu rival republicano Mitt Romney (47%), uma situação que se repete em estados-chave como Virgínia, que aplainarão o caminho rumo à Casa Branca.
Os dados não desanimam Obama nem seus principais estrategistas no quartel-general da campanha em Chicago.
''Estamos convencidos que temos os votos necessários para ganhar'', disse Obama hoje durante uma visita surpresa a um centro de campanha perto de sua casa no bairro de Hyde Park de Chicago.
O inquilino da Casa Branca insistiu, de todos os modos, que a vitória dependerá que os eleitores compareçam hoje às urnas.
''Encorajo todos a exercitar este precioso direito pelo qual alguns lutaram duramente'', afirmou em breves declarações à imprensa.
O presidente pronunciará nesta noite um discurso triunfal ou de aceitação da derrota no centro de convenções McCormick Place em Chicago.
Os democratas insistem que têm mais opções que Romney para alcançar o número mágico de 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para assegurar a presidência e preveem que a elevada participação e o apoio de segmentos estratégicos do eleitorado, como os hispânicos, inclinarão a balança a seu favor.
''Esperamos uma participação recorde nas urnas hoje. Esta realmente é uma eleição histórica'', comentou à agência Efe Stéphanie Cutter, assessora da campanha de reeleição de Obama.
Os democratas desdobraram dezenas de milhares de voluntários em todo o país para mobilizar os eleitores, um dos segredos de sua estratégia para a vitória.
Os analistas preveem que o número de eleitores supere os 131 milhões de 2008, em grande parte pelo aumento na população em idade para votar.
O fundamental, dizem os analistas, será observar a percentagem de participação eleitoral, que em 2008 alcançou 62,9%. Uma redução dessa percentagem indicaria que a maquinaria política democrata não pôde satisfazer certas expectativas.
Os latinos são um grupo decisivo da coalizão eleitoral que respalda Obama e que integram, além disso, os eleitores afro-americanos, as mulheres e os jovens.
''O presidente vai ganhar a maior quantidade de votos dos latinos na história presidencial deste país'', declarou à Efe Gabriela Domenzain, responsável da campanha para o voto hispânico.
As pesquisas antecipam que Obama obterá cerca de 70% do voto hispânico, que, se prevê, será decisivo em estados indecisos - como são conhecidos os que oscilam de um ciclo eleitoral a outro - como Arizona, Colorado, Flórida, Novo México, Nevada e Virgínia.
Um total de 23,7 milhões de hispânicos, dos cerca de 50 milhões que vivem nos EUA, têm direito ao voto nestas eleições, 22% a mais que em 2008.
A abstenção entre os latinos é, de todas as maneiras, um risco para os democratas. Em 2008, por exemplo, 50% dos hispânicos com direito ao voto não o exerceu.
Domenzain sustenta que os elevados números de votos antecipados afugentam esse temor. Mais de 30 milhões de americanos votaram antes do dia oficial das eleições neste ano.
Seja como for, as enquetes deixam claro que a briga de hoje não será fácil e as declarações de eleitores como Osnelin Fuente e Darren Williams revelam dúvidas que podem ter um grande impacto no resultado final.
Fuente, um jovem guatemalteco e empregado de um restaurante asiático no centro de Chicago, considera Obama o menor dos males frente a um Romney que tacha de ''antiimigrante''.
''Obama não cumpriu sua palavra quando disse que aprovaria a reforma migratória, mas também não fracassou completamente'', afirmou em declarações que refletem um sentimento estendido entre os hispânicos e que pode minguar hoje a participação latina.
Williams, por sua parte, é um jovem afro-americano de 22 anos que votou em Obama em 2008, mas se absterá este ano porque, diz, ''como cristão'' não pode dar seu apoio a um presidente que respalda o casamento gay e o direito ao aborto.
Além de escolher o próximo presidente, os EUA renovam hoje as 435 cadeiras da Câmara dos Representantes, um terço das 100 do Senado e os governadores de 11 estados e dois territórios livres associados (Porto Rico e Samoa).