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Delegações da síria e da oposição se acusam de minar negociações

Para o representante do regime sírio, apesar das divergências, "as reuniões em Astana serão um evento importante para encontrar uma solução política"

Oposição: as negociações entre o governo e os rebeldes sírios na capital do Cazaquistão começaram hoje (Mukhtar Kholdorbekov/Reuters)

Oposição: as negociações entre o governo e os rebeldes sírios na capital do Cazaquistão começaram hoje (Mukhtar Kholdorbekov/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 11h04.

Astana - A delegação do governo sírio e a da oposição se acusaram mutuamente de minar as negociações que começaram nesta segunda-feira em Astana, a capital do Cazaquistão.

"A delegação da oposição não respeita as negociações e não atua de acordo com os costumes diplomáticos", disse aos jornalistas Bashar al Jaafari, embaixador da Síria na ONU, no hotel da capital cazaque onde acontece o encontro.

O chefe da delegação governamental afirmou que a oposição não respeita o diálogo e atua em defesa da Frente da Conquista do Levante (antiga Frente al Nusra, ex-braço sírio da Al Qaeda) que está excluída de todos os acordos.

"A delegação da oposição não entende a importância deste evento. A Frente al Nusra não faz parte de nenhum acordo anterior, e nos surpreendeu a defesa que a delegação da oposição fez deste antigo braço da Al Qaeda", acrescentou Jaafari.

Por outro lado, Esam al Rais, integrante da delegação da oposição, declarou que "até o momento, não começaram as conversas com a delegação do regime" e que o grupo vai negociar com a ONU, que é a mediadora entre as partes.

Rais disse que seu grupo não está em Astana "para buscar uma transição política", mas um cessar-fogo.

"Sem um acordo de cessar-fogo, não vai haver negociações para se chegar a uma transição política", insistiu o integrante do grupo opositor.

Já Osama Abu Zeid, porta-voz do Exército Livre Sírio (ELS), afirmou que "a Rússia reconhece" que seu grupo é "uma oposição moderada, que não são terroristas".

O representante do regime sírio opinou que, apesar das divergências, "as reuniões em Astana serão um evento importante para encontrar uma solução política" para o conflito sírio.

No entanto, Jaafari destacou que, para lutar contra o terrorismo na Síria, é necessário o fechamento da fronteira com a Turquia, e acusou este país de patrocinar grupos terroristas.

O representante de Bashar al Assad Também disse que não se pode qualificar de violação dos acordos de cessar-fogo as operações das forças governamentais contra aqueles "que impedem o acesso de água potável a 7 milhões de pessoas", em alusão à situação no entorno de Damasco.

Jaafari também insistiu que "a delegação dos grupos terroristas" não respeita os acordos e "os entende a sua maneira".

"Não vamos fazer parte de nenhum cenário que tenha como objetivo fazer fracassar a conferência de Astana", concluiu o representante síro.

As negociações entre o governo e os rebeldes sírios na capital do Cazaquistão, mediada por Rússia, aliada de Assad, e Turquia, que apoia grupos da oposição, começaram hoje de maneira indireta, segundo disse à Agência Efe o porta-voz do ELS.

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