Mundo

Delegacia incendiada e tuíte de Trump escondido em noite de tensão nos EUA

Protestos contra a morte de George Floyd por um policial levaram a confrontos por outras cidades. Trump disse que "quando saques começarem, tiros começarão"

Protesto em Minneapolis após assassinato de homem coloca fogo na cidade (Nicholas Pfosi/Reuters)

Protesto em Minneapolis após assassinato de homem coloca fogo na cidade (Nicholas Pfosi/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 29 de maio de 2020 às 06h45.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 09h30.

Os protestos contra a violência policial escalaram nos Estados Unidos na madrugada desta sexta-feira. O governador de Minnesota Tim Walz enviou a guarda nacional para conter manifestantes após o terceiro dia de protestos contra a morte de George Floyd, um homem negro que foi sufocado por um policial que apertou seu pescoço contra o chão com o joelho. O ato foi filmado e fotografado, e levou a uma nova leva de tensão racial, reavivendo casos antigos de mortes de negros por policiais brancos.

Na noite desta quinta-feira, uma estação de polícia que vinha sendo alvo dos protestos foi incendiada por manifestantes. Segundo o jornal Wall Street Journal, os protestos começaram pacíficos na noite de ontem, mas ficaram tensos após a chegada da polícia, que atirou granadas e bombas de gás na multidão. Os protestos se espalharam pelos Estados Unidos na noite de quinta-feira, com manifestações em Nova York, Denver em Chicago. Eles chegam num momento de início de reabertura da economia.

A pressão por denúncias criminais contra os policiais está em alta. O prefeito de Minneapolis, principal cidade do estado, defende o indiciamento dos policiais envolvidos -- quatro deles já foram demitidos após a morte de Floyd. O promotor do condado responsável por entrar com uma denúncia afirmou que precisa de mais evidências anteriores à morte de Floyd para determinar a responsabilidade dos policiais. O departamento nacional de Justiça enviou a Minnesota investigadores do FBI.

Protesto em Minneapolis após assassinato de homem coloca fogo na cidade

Mas o presidente Donald Trump foi na contramão dos esforços federais. Um tuíte seu foi escondido pelo Twitter por "glorificar a violência" após ele escrever que "esses BANDIDOS estão desonrando a memória de George Floyd" e que "quando os saques começarem, os tiros começarão". A ação de Trump e a reação do Twitter serve para escalar outra tensão, esta entre o presidente e a rede social. Horas antes o presidente havia assinado uma ordem ameaçando as redes sociais com regulação sobre liberdade de expressão.

O caso reacende a tensão racial no país. Segundo um levantamento do jornal Washington Post, 1.014 pessoas foram mortas a tiros por policiais em 2019, a maioria delas negras. A ONG Mapping Police Violence mostrou que negros têm quase três vezes mais chances de serem mortos pela polícia. Desde 2013 o movimento #BlackLivesMatter defende a redução da violência policial no país. Minnesota reaqueceu (e muito) o tema.

Protesto em Minneapolis após assassinato de homem coloca fogo na cidade

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Exame HojeProtestos no mundoRacismo

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru