José Maria Marin: ex-líder da CBF se declararou inocente da acusação de conspiração e lavagem de dinheiro (REUTERS/Sergio Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 09h34.
Nova York - O depoimento de um novo delator no julgamento de corrupção da Fifa, no Tribunal do Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos, mostrou nesta quarta-feira novos métodos de propinas.
O ex-diretor da Traffic USA, Fábio Tordin, contou que dentro do próprio esquema havia um sistema paralelo de superfaturamento de suborno para desvios com destino a intermediário e a pessoas no Brasil.
O executivo detalhou que passou a integrar o esquema depois de ser demitido da Traffic, em 2006.
Então, ele começou a atuar por outras empresas com o objetivo de tirar do empregador anterior os direitos de transmissão de eventos esportivos.
Durante um dos serviços, pela Media World, Fábio Tordin contou que relatava aos seus chefes um valor mais alto de propina para poder embolsar a diferença.
Os subornos para compras de direitos esportivos deram certo em países da América Central, como na Costa Rica.
Por lá, dirigentes da federação receberam o equivalente a cerca de R$ 1,5 milhão para as partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e 2022.
O delator Fábio Tordin fechou um acordo para devolver R$ 2 milhões ao Fisco norte-americano. Houve também a tentativa de implantar o mesmo esquema com dirigentes argentinos.
A corte do Brooklin, em Nova York, tem julgado nas últimas semanas três ex-presidentes de federações nacionais de futebol na América do Sul.
Os réus são o paraguaio Angel Napout, o peruano Manuel Burga e o brasileiro José Maria Marin, que dirigiu a CBF. Todos se declararam inocentes da acusação de conspiração e lavagem de dinheiro.