Donald Trump: Prefeito de Londres disse que presidente dos EUA não era bem-vindo (Kevin Lamarque//Reuters)
EFE
Publicado em 13 de janeiro de 2018 às 16h50.
Londre - Um grupo de simpatizantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiram neste sábado um evento que tinha a participação do prefeito de Londres, Sadiq Khan, e pediram sua prisão após ele ter afirmado que Trump não é bem-vindo na capital do Reino Unido.
Um dos membros do grupo, formado por pouco mais de dez pessoas, se aproximou do local onde estava o prefeito e gritou que existem "milhões de britânicos que apoiam Trump" e que desejam que o presidente americano venha visitar a cidade.
"Senhoras e senhores, estamos aqui para realizar uma prisão cidadã, não violenta e pacífica", disse o manifestante, identificado pela imprensa britânica como membro de um grupo autodenominado "White Pendragons".
Pouco depois, Khan tomou a palavra e os simpatizantes de Trump foram retirados do local pela polícia.
O incidente ocorreu depois de Trump ter cancelado ontem uma visita a Londres para inaugurar a nova sede embaixada dos EUA no Reino Unido.
Khan, primeiro muçulmano eleito como prefeito da cidade, comemorou a decisão e disse que a presença do presidente americano provocaria "protestos em massa"
"Parece que o presidente Trump ouviu a mensagem de muitos londrinos que amam e admiram os EUA e os americanos, mas que pensam que suas políticas e suas ações estão em completa oposição aos valores da nossa cidade, como a inclusão, a diversidade e a tolerância", disse o prefeito de Londres.
O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, criticou Khan pelas declarações.
"Os EUA são o maior investidor no Reino Unido, mas Khan e (Jeremy) Corbyn (líder do Partido Trabalhista) parecem dispostos a pôr em risco essa relação especial", afirmou Johnson.
Os manifestantes que invadiram o evento hoje levavam bandeiras dos EUA e mostraram mensagens contra a União Europeia.
"Khan é o prefeito de Londres. Seu trabalho não é falar sobre Donald Trump. Ele precisa cuidar da cidade e nada mais", disse outro dos manifestantes que participou do protesto. EFE