Médica afirma ter visto muito animais com ferimentos ou cicatrizes (John Greim/Getty Images)
Reuters
Publicado em 7 de junho de 2019 às 16h16.
San Diego — Anos após o documentário "Blackfish" instigar um movimento para acabar com as apresentações de orcas no SeaWorld, defensores dos direitos dos animais pediram na quarta-feira o fim dos show de golfinhos "circenses" nos parques temáticos.
Em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel próximo do parque SeaWorld de San Diego, o grupo Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta) divulgou um relatório que documentou danos físicos e comportamentais que afirma que os golfinhos sofrem por serem usados em espetáculos ao vivo e confinados em cativeiros.
Ainda mais preocupante é a prática dos treinadores de cavalgar os golfinhos de pé em suas costas e bicos, disse a doutora Heather Rally, veterinária da Fundação Peta.
Tais acrobacias forçam as mandíbulas inferiores sensíveis dos mamíferos marinhos de uma maneira que pode danificar sua audição, machucar juntas e músculos e agravar outras lesões causadas pelo confinamento nos tanques onde os golfinhos são mantidos.
"Estamos pedindo ao SeaWorld que ao menos parem de ficar de pé nos rostos dos golfinhos e de usá-los como pranchas de surfe nestes shows circenses ridículos", disse Heather. "Estamos pedindo-lhes que recolham estes animais a santuários litorâneos onde eles possam ter a oportunidade de se desenvolver".
Sujeitar os golfinhos a "tal comportamento antinatural" também pode provocar mais agressões entre eles, afirmou.
Como prova disso, Heather disse que muitos dos golfinhos do SeaWorld foram vistos com ferimentos ou cicatrizes sofridas quando um animal é mordido por outro enquanto nada.
Em outra coletiva de imprensa, autoridades da SeaWorld Entertainment defenderam seu tratamento dos golfinhos e negaram que as apresentações causam algum dano.
"Eles são tratados como a realeza", disse Hendrik Nollens, vice-presidente de saúde e bem-estar animal do SeaWorld, insistindo que, se os comportamentos em questão causassem algum desconforto aos animais, "eles não voltariam em seguida e fariam de novo".
"Eles são mais rápidos do que nós, são mais fortes do que nós. Eles mandam. Eles escolhem. Eles decidem se querem fazer a interação ou não", disse ele aos repórteres.