Ilha de Providência: tribunal internacional ratificou a soberania colombiana sobre sete ilhotas, mas retirou o controle de uma plataforma marítima (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 21h51.
Bogotá - A decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de conceder à Nicarágua uma extensa zona do Mar do Caribe ainda controlada pela Colômbia é "inaplicável", disse nesta quinta-feira o vice-presidente colombiano, afirmando que a decisão do órgão reativou as tensões fronteiriças entre nações da região.
O principal órgão de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU) ampliou a jurisdição da Nicarágua sobre uma ampla zona rica em recursos petrolíferos e pesqueiros, uma decisão comemorada pelo país centro-americano, mas questionada por Bogotá.
"A decisão da Corte de Haia é inaplicável e ... não se pode aplicar nem agora nem dentro de cinco ou 10 anos", disse o vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, em um evento acadêmico, no mais recente pronunciamento de uma autoridade da Colômbia sobre o impasse com a Nicarágua.
"É uma decisão inaplicável, não contribuiu para melhorar os problemas fronteiriços entre Nicarágua e Colômbia, pelo contrário, aprofundou e complicou muito mais ao comprometer outros países", acrescentou ele, sem explicar as razões pelas quais a decisão não poderá ser aplicável.
O tribunal internacional ratificou a soberania colombiana sobre sete ilhotas reivindicadas pela Nicarágua, além das ilhas de San Andrés, Providencia e Santa Catalina, mas retirou o controle de uma plataforma marítima com um elevado potencial econômico.
A decisão modificou os limites desde a fronteira prévia estabelecida no meridiano 82 que a Nicarágua considerava que violava seus direitos.
De acordo com Bogotá, a decisão do tribunal tem implicações limítrofes sobre outros países como Costa Rica, Honduras e Jamaica, que compartilham fronteiras marítimas com Colômbia e Nicarágua.
O governo colombiano, que não acatou a decisão, apesar de ser definitiva, analisa possíveis ações jurídicas para combater seus efeitos, mantendo seus navios da Marinha na área com o argumento de defender sua soberania.